ECONOMIA – BNDES firma contrato de R$ 10 milhões para fortalecer memória afro-brasileira na Pequena África no Rio de Janeiro.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou nesta quarta-feira um acordo de financiamento no valor de R$ 10 milhões com uma coalizão de organizações negras visando fortalecer as instituições de memória do território da Pequena África, localizado na região central do Rio de Janeiro. Este território abriga o renomado sítio arqueológico Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco e que foi o principal porto de desembarque de africanos escravizados no Brasil.

O consórcio vencedor, composto pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), pela PretaHub e pela Diaspora.Black, receberá o aporte financeiro do BNDES através da Área de Desenvolvimento Social e Gestão Pública. O objetivo é alcançar um total de R$ 20 milhões de investimento para o projeto denominado Viva Pequena África, sendo os outros R$ 10 milhões provenientes de doações.

O consórcio atuará em cinco eixos principais. O primeiro envolve um investimento de R$ 11 milhões em projetos culturais que promovam a identidade e criatividade negra, além do fortalecimento das organizações sociais. Já o segundo, com um orçamento de R$ 2 milhões, tem como foco a realização da Mostra Cultural Viva Pequena África e a criação do Selo Viva Pequena África.

Além disso, o terceiro e quarto eixos levam respectivamente os investimentos de R$ 500 mil e R$ 548 mil para a realização do Seminário Internacional Viva Pequena África e para a sistematização das tecnologias sociais desenvolvidas pela comunidade, criação de memórias e novas narrativas de empoderamento social. Por fim, o quinto eixo prevê um investimento de R$ 1,7 milhão para o mapeamento dos territórios de memória afro-brasileira e projetos de desenvolvimento local.

O BNDES destacou a importância da equidade racial no processo de seleção do consórcio, que contou com a participação ativa de instituições e atores locais. A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, enfatizou a necessidade de evitar a exclusão e gentrificação, ressaltando que o empoderamento das comunidades presentes é essencial.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, comemorou a assinatura do contrato e destacou a relevância dos projetos de preservação da memória afro-brasileira. Ela ressaltou a importância de manter viva a memória da região da Pequena África, que possui uma rica história a compartilhar. A ministra enfatizou que um país sem memória está fadado a repetir os mesmos erros do passado.

Por fim, o BNDES também aderiu ao Movimento pela Equidade Racial (Mover) e ao Índice de Equidade Racial nas Empresas (Iere), da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, assumindo compromissos com a igualdade racial e a implementação de ações para combater o racismo e a discriminação no ambiente corporativo. Este movimento demonstra o comprometimento do BNDES com a promoção da equidade e inclusão racial em suas práticas e políticas internas.

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