Em um balanço operacional e financeiro divulgado recentemente, o BNDES mostrou que sua carteira total de crédito alcançou R$ 616 bilhões, apresentando um crescimento de 12% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Os desembolsos, que são os valores efetivamente disponibilizados, também aumentaram 17%, totalizando R$ 101,9 bilhões entre janeiro e setembro. O diretor financeiro da instituição, Alexandre Abreu, destacou um marco significativo com a elevação de 50% nas somas repassadas ao setor industrial, que chegou a R$ 27,3 bilhões, superando os R$ 24,9 bilhões destinados ao agronegócio.
Abreu evidenciou a mudança no cenário econômico, ressaltando que a indústria está se recuperando gradualmente, após um período em que a agropecuária predominava. Apesar do crescimento universal nas aprovações e desembolsos em diversos setores, o segmento de infraestrutura registrou uma queda de 10% nas aprovações, embora os desembolsos tenham permanecido estáveis.
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, atribuiu a diminuição do interesse por novas operações a fatores externos, como o tarifário imposto pelos Estados Unidos, que trouxe insegurança aos investidores. Contudo, ele anunciou a expectativa de um grande anúncio que deverá impulsionar o resultado anual.
Além das operações de crédito, os lucros do banco também foram destacados. A receita recorrente subiu 14% em comparação com o ano passado, totalizando R$ 11,2 bilhões, enquanto o lucro líquido sofreu uma queda de 9%, fixando-se em R$ 17,2 bilhões. Essa queda foi em grande parte atribuída à diminuição de 54% nos dividendos recebidos da Petrobras, embora Mercadante considerasse os resultados ainda assim “extraordinários” dada a conjuntura.
Por fim, os ativos totais do BNDES continuam a crescer, atingindo R$ 905,8 bilhões em setembro, com a instituição vislumbrando a recuperação da marca de R$ 1 trilhão, patamar glorioso já alcançado anteriormente.









