ECONOMIA – Bares e Restaurantes Recebem Treinamento Gratuito para Combater Falsificação de Bebidas e Proteger Consumidores em Meio a Crise de Segurança Sanitária.

Associando-se a uma preocupação crescente em relação à segurança e à qualidade das bebidas alcoólicas, associações de bares, restaurantes e fabricantes de bebidas destiladas estão promovendo cursos gratuitos para capacitar proprietários e funcionários. Com o objetivo de alertar sobre os riscos associados à compra e consumo de produtos falsificados ou adulterados, as iniciativas são oferecidas por entidades como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe).

Durante as capacitações, os participantes aprendem a identificar fraudes em garrafas, rótulos e até no líquido em si. Um dos principais pontos de enfoque é a tampa da garrafa, que deve ter um acabamento uniforme e de alta qualidade. A presença de lacres plásticos sobrepostos em tampas decoradas é um indício de adulteração. Além disso, o selo fiscal, que é obrigatório nas bebidas importadas, deve ser analisado com cuidado. O selo autêntico, fornecido pela Casa da Moeda do Brasil, é projetado para mostrar apenas uma letra por vez. Se todas forem visíveis simultaneamente, pode-se estar diante de um selo falsificado.

As associações enfatizam que garrafas da mesma marca devem ter níveis de enchimento uniformes e apresentar líquidos claros, sem impurezas, sendo que variações na coloração podem ser sinais de fraude. A impressão de qualidade inferior nos rótulos e erros gramaticais também são indicadores de possível falsificação. O treinamento, além de proporcionar informações técnicas, alerta sobre as consequências legais que podem advir da comercialização de produtos ilegítimos. O compromisso é claro: bares e restaurantes que não se atentam a esses cuidados podem ser responsabilizados criminalmente.

Outro ponto destacado é o descarte correto de garrafas vazias, visto que a maioria das bebidas falsificadas encontradas em operações policiais é armazenada em garrafas originais reutilizadas. As associações estimam que o crescimento do mercado informal de bebidas no Brasil não só representa um risco à saúde pública, mas também afeta a economia local. Produtos ilegais podem ser até 48% mais baratos do que os legítimos, uma diferença que estimula o comércio ilícito. Dados recentes indicam que, de acordo com levantamentos realizados, cerca de 36% das bebidas comercializadas no Brasil podem ser falsas ou adulteradas.

Com os recentes casos de contaminação por metanol, o temor entre os consumidores é palpável. Vários estabelecimentos estão optando por suspender a venda de bebidas destiladas, mesmo aqueles que sempre trabalharam com fornecedores confiáveis. A insegurança gerada por essas ocorrências tem alterado os hábitos sociais e as comemorações, levando muitas pessoas a reconsiderar eventos planejados e a optar por maior cautela. Em um contexto onde a saúde e a segurança são prioritárias, a conscientização e a educação sobre as práticas de consumo responsável se mostram cada vez mais necessárias.

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