“A alteração na projeção de crescimento do PIB em 2024 reflete a surpresa positiva no resultado do terceiro trimestre e os indicadores do quarto trimestre já disponíveis”, apontou o relatório. Com a economia brasileira crescendo 0,9% no terceiro trimestre em relação ao segundo, a alta acumulada no ano até setembro é de 3,3%, superando o desempenho de 2023, quando o PIB cresceu 3,2%.
Após revisões no cálculo das Contas Nacionais, com inclusões relacionadas ao meio ambiente, economia digital, extração de recursos naturais, desigualdade e bem-estar, o Banco Central identificou que a atividade econômica e o mercado de trabalho estão aquecidos no país. Destaques para o consumo das famílias, investimentos das empresas e setores mais cíclicos, como a indústria de transformação. Além disso, a taxa de desocupação alcançou o menor valor da série histórica.
Sob a ótica da oferta, o setor de serviços teve a projeção de crescimento revisada para cima, enquanto agropecuária e indústria tiveram recuos nas estimativas. A expectativa é que o consumo das famílias e os investimentos das empresas continuem crescendo, com projeções elevadas para esses setores em 2024. Por outro lado, a previsão para o crescimento do consumo do governo foi reduzida.
Para 2025, a projeção de crescimento do PIB foi levemente aumentada, de 2% para 2,1%, com destaque para a expansão da agropecuária e um possível aperto monetário mais intenso no próximo ano. A inflação, por sua vez, deve encerrar 2024 em 4,9%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 3%. O aumento das projeções de inflação indica um desafio maior para a convergência à meta, destacando a pressão inflacionária nos diversos segmentos que compõem o IPCA.
Diante desse cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou novos aumentos na taxa básica de juros para conter a demanda aquecida e controlar a inflação. A Selic, que está em 12,25% ao ano, poderá subir ainda mais nos próximos meses. Mesmo com a atividade econômica surpreendendo positivamente, a inflação e as expectativas para os próximos anos geram desafios para a economia brasileira.