No segundo trimestre, a economia brasileira cresceu 0,9% em relação aos primeiros três meses do ano, superando as projeções. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um avanço de 3,4%. Nos últimos 12 meses, o PIB acumulou um aumento de 3,2%. No primeiro semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.
O BC destacou que a atividade econômica surpreendeu novamente no segundo trimestre, mas ressalvou que o crescimento forte do primeiro semestre se deve, em parte, a fatores transitórios. Portanto, é esperado que a atividade cresça em ritmo mais lento nos próximos trimestres e ao longo de 2024.
No primeiro trimestre, o setor agropecuário impulsionou o crescimento do PIB devido aos resultados positivos das safras de soja e milho. No segundo trimestre, tanto a indústria como os serviços contribuíram para o aumento da economia. No entanto, é esperado que o setor agropecuário tenha um impacto negativo nas variações trimestrais do PIB no segundo semestre.
O BC também ressaltou que outros fatores transitórios que impulsionaram o crescimento econômico no primeiro semestre, como o aumento dos benefícios previdenciários e da assistência social sobre a renda das famílias, provavelmente não se repetirão com a mesma intensidade.
Além disso, o BC destacou as incertezas no cenário externo, com a perspectiva de desaceleração da atividade econômica nos países avançados e menor crescimento para a economia chinesa. Esses fatores também influenciam a decisão sobre a taxa básica de juros.
Na política de juros, o Copom reduziu a taxa Selic de 13,25% para 12,75% ao ano na semana passada. O BC planeja continuar reduzindo os juros nas próximas reuniões, mas ressalva a necessidade de manter uma política monetária contracionista para controlar a inflação.
Em relação aos setores da economia, o BC revisou suas projeções de crescimento para a agropecuária, indústria e serviços. A projeção para a agropecuária passou de 10% para 13%, devido à melhora nas previsões do IBGE para a produção agrícola. A previsão para a indústria foi alterada de 0,7% para 2%, principalmente devido ao aumento na produção de minério de ferro e petróleo. Já para o setor de serviços, a projeção passou de 1,6% para 2,1%.
Com relação à inflação, o BC manteve sua projeção em 5% para este ano, calculada pelo IPCA. Para 2024 e 2025, a expectativa é que a inflação fique em 3,5% e 3,1%, respectivamente.
Em suma, o Banco Central elevou sua projeção de crescimento da economia brasileira este ano devido ao desempenho surpreendente no segundo trimestre. No entanto, são esperadas desacelerações nos próximos trimestres e ao longo de 2024. O BC também ressaltou a necessidade de manter uma política monetária contracionista para controlar a inflação.