O resultado do mês passado marca o menor superávit desde 2019, quando o saldo positivo atingiu US$ 4,362 bilhões. Com um acumulado de US$ 30,092 bilhões nos primeiros seis meses de 2025, este valor é 27,6% inferior ao registrado no mesmo intervalo do ano anterior, representando a pior performance desde 2020. Parte dessa diminuição deve-se a um déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, impulsionado pela importação de uma plataforma de petróleo, que afetou negativamente o saldo.
Embora as exportações tenham mostrado uma leve alta, as importações cresceram ainda mais. Em junho, o Brasil exportou US$ 29,147 bilhões, uma variação positiva de 1,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, registrando o terceiro maior valor histórico. Por outro lado, as importações totalizaram US$ 23,257 bilhões, com um aumento de 3,8%, sendo este o segundo valor mais alto de todos os tempos para o mês.
Uma análise detalhada mostra que, apesar de um aumento de 6,1% nas quantidades exportadas, os preços médios caíram 4,3%. No lado das importações, a quantidade também teve um crescimento de 5,8%, mas acompanhada pela queda de preços em 1,1%.
Na esfera das commodities, a soja, o principal produto agropecuário do Brasil, sofreu uma queda significativa de 12,5% nas exportações devido à baixa nas cotações médias. O milho, segunda principal cultura de exportação, teve uma redução de 56,6%, mesmo com um aumento considerável no preço médio.
Por outro lado, a alta no preço do café, que apresentou um aumento máximo de 56,1% em 12 meses, e da carne bovina, com uma elevação de 22%, garante uma certa estabilidade à balança comercial. Além disso, setores como o de veículos, ouro e produtos semiacabados de aço mostraram crescimento nas vendas.
O MDIC, em resposta a essa realidade, revisou suas previsões para a balança comercial de 2025, apontando um superávit estimado de US$ 50,4 bilhões, o que representa uma queda de 32% em relação ao ano anterior. Para o final do ano, as exportações devem chegar a US$ 341,9 bilhões, enquanto as importações, com crescimento de 10,9%, devem atingir US$ 291,5 bilhões. Entretanto, essas projeções contrastam com o otimismo do mercado, que prevê um superávit mais robusto em torno de US$ 73 bilhões. A próxima atualização das estimativas do MDIC será divulgada em outubro, sinalizando um cenário econômico em constante transformação.