ECONOMIA – Avanços lentos: três em cada dez domicílios brasileiros ainda não possuem rede de esgoto, aponta pesquisa do IBGE.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (20), a situação do saneamento básico no Brasil ainda é preocupante. A pesquisa aponta que apenas 69,9% dos domicílios do país contam com rede de esgoto, o que significa que três em cada dez casas ainda não possuem esse serviço fundamental.

Entre 2019 e 2023, houve um aumento de 1,8 pontos percentuais no percentual de domicílios com esgoto, com os maiores crescimentos sendo registrados nas regiões Norte e Nordeste. Apesar disso, essas regiões ainda apresentam os menores percentuais de atendimento, com a Região Norte passando de 27,3% para 32,7% e o Nordeste de 47% para 50,8%.

A Região Sudeste é a mais atendida, com 89,9% dos domicílios com esgoto, demonstrando uma disparidade significativa em relação às outras regiões do país. O acesso ao saneamento básico é essencial para a garantia do direito humano fundamental à dignidade, conforme previsto na Constituição e destacado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O Novo Marco Legal do Saneamento, estabelecido pela Lei 14.026 de 2020, determina que esses serviços sejam universalizados, com a meta de que 99% dos brasileiros tenham água tratada em suas torneiras até 2033. Além disso, 90% da população deve ter acesso à coleta e tratamento de esgoto nesse mesmo período.

A pesquisa também revela que, em 2023, 98,1% dos domicílios do Brasil possuíam banheiro de uso exclusivo, sendo que em áreas urbanas esse percentual era ainda maior, com 99,4% dos lares contando com essa estrutura. Já em áreas rurais, 88,4% dos domicílios possuíam banheiro.

No que diz respeito ao acesso à água potável, a pesquisa indica que, de 2016 a 2023, não houve uma expansão significativa no percentual de domicílios conectados à rede geral de distribuição. A discrepância no abastecimento de água entre áreas urbanas e rurais também é evidenciada, com apenas um terço dos domicílios em áreas rurais sendo atendidos pela rede geral de abastecimento.

Diante desses dados, é possível perceber a importância de investimentos e políticas públicas eficazes na área de saneamento básico para garantir a qualidade de vida e saúde da população brasileira. A universalização desses serviços é um desafio que deve ser enfrentado com urgência para promover um ambiente mais saudável e digno para todos os cidadãos.

Sair da versão mobile