O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), responsável pelo levantamento realizado desde 2005, apontou São Paulo como a cidade com a cesta básica mais cara, atingindo o valor de R$ 851,82. Esse valor representa 60% do salário mínimo oficial, que atualmente é de R$ 1.518.
De acordo com informações do Dieese, em janeiro, o salário mínimo ideal para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15. Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicou que a renda média do trabalhador brasileiro em outubro de 2024 foi de R$ 3.279,00.
As cidades da região sul e sudeste apresentaram os valores mais altos para a cesta básica, com destaque para Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Já as capitais do Norte e Nordeste tiveram custos abaixo da metade do valor do salário mínimo, como é o caso de Aracaju, onde a cesta básica custou em média R$ 571,43.
O aumento no custo da cesta básica foi atribuído principalmente ao comportamento de três itens principais: café em pó, tomate e pão francês. O café em pó teve aumento em todas as cidades nos últimos 12 meses, enquanto o tomate aumentou em cinco cidades, com destaque para Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, devido às condições climáticas. Já o pão francês teve aumento em 16 cidades, atribuído à menor oferta de trigo nacional e à necessidade de importação.
Apesar do aumento em alguns itens, o reajuste no custo da cesta básica foi contido por quedas nos preços da batata, leite integral, arroz agulhinha e feijão preto em algumas regiões. A variação nos preços dos alimentos reflete diretamente no poder de compra da população e evidencia a necessidade de acompanhamento constante desses valores.