A obrigação de declarar esses bens e valores se estende tanto a pessoas físicas quanto jurídicas que residem no Brasil e possuem ativos com um valor igual ou superior a US$ 1 milhão. Esse processo é essencial para a transparência e o monitoramento das finanças brasileiras no exterior. Em 31 de dezembro de 2024, um total de 29.068 brasileiros se submeteram a essa declaração. Dentre eles, 25.208 eram indivíduos, que reportaram um total de US$ 245,4 milhões em ativos. As empresas, por sua vez, somaram US$ 409,1 milhões, conforme as declarações de 3.860 entidades.
Os investimentos diretos no setor produtivo constituem a maior parte dos ativos, totalizando US$ 503,9 bilhões. Esta categoria é seguida por outros tipos de investimento, incluindo créditos comerciais e empréstimos, que somam US$ 86,5 bilhões. Investimentos em portfólio, que abrangem ações e títulos de renda fixa, totalizam US$ 62,8 bilhões.
Quando analisamos a distribuição dos investimentos diretos por países, constatamos que os Países Baixos lideram, com US$ 95 bilhões. Seguem-se Ilhas Virgens Britânicas, com US$ 83,3 bilhões, Ilhas Cayman, com US$ 73,2 bilhões, e Bahamas, com US$ 58,1 bilhões. Luxemburgo e Estados Unidos também figuram entre os destinos preferidos pelos investidores brasileiros.
Na perspectiva setorial, os dados revelam que US$ 313,6 bilhões foram aplicados no setor de serviços, destacando principalmente serviços financeiros e holdings. Já o setor agrícola, que inclui a pecuária e a extração mineral, recebeu US$ 86,9 bilhões, evidenciando a importância do petróleo e gás natural neste contexto. A indústria, por sua vez, atraiu investimentos de US$ 42 bilhões.
Além da declaração anual exigida no contexto da CBE, brasileiros com ativos superiores a US$ 100 milhões também devem apresentar uma declaração trimestral. Esses dados são essenciais para análises estatísticas que buscam entender a posição do Brasil em termos de investimento internacional e o ativo externo da economia.