Contrapõe-se a essa queda um crescimento significativo em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em setembro de 2024, a economia brasileira teve um crescimento de 4,9% quando comparada a setembro de 2023, enquanto no acumulado do ano, o crescimento foi expressivo, alcançando 14,2%. Em um horizonte de 12 meses, a alta se fixou em 13,5%. Esses números indicam que, apesar do recuo pontual, a recuperação econômica tem seus desdobramentos positivos em outros períodos.
A Selic, taxa básica de juros do país, atualmente fixada em 15% ao ano, é um dos instrumentos-chave do Banco Central para controlar a inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) utiliza as variações do IBC-Br para guiar suas decisões, visando manter a inflação em níveis adequados. Um aumento da Selic, por exemplo, busca conter a demanda inflação, encarecendo o crédito e incentivando a poupança, o que pode impactar no crescimento econômico.
Por outro lado, um eventual corte na Selic tende a tornar o crédito mais acessível, favorecendo a produção e o consumo, mas potencialmente contribuindo para uma pressão inflacionária. A gestão da taxa é, portanto, uma balança delicada entre estimular a economia e controlar a inflação.
No último mês, a inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,09%, a menor para outubro desde 1998, resultando em uma inflação acumulada de 4,68% em 12 meses. Esse cenário levou o Copom a manter a Selic inalterada em suas reuniões recentes, embora a possibilidade de novos aumentos não esteja descartada caso as condições econômicas exijam.
O Banco Central também ressaltou que o ambiente externo continua instável, com a política econômica nos Estados Unidos influenciando diretamente as condições financeiras globais. Apesar da desaceleração da economia, a inflação em solo brasileiro ainda se mantém acima da meta, evidenciando a necessidade de uma gestão cautelosa da taxa de juros nos próximos meses.
É importante destacar, ainda, que o IBC-Br, embora forneça uma visão da atividade econômica, utiliza uma metodologia distinta daquela aplicada para calcular o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB, indicador principal da economia, cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano, demonstrando que, apesar dos desafios enfrentados, a economia brasileira ainda caminha em direção ao crescimento, completando um ciclo de quatro anos de alta, o que é um indicativo positivo no contexto econômico nacional.
