Esses resultados refletem a arrecadação de diversos tributos federais, como Imposto de Renda, contribuições previdenciárias e impostos sobre produtos e serviços. É importante notar que a Receita Federal enfatizou que este é o melhor desempenho já registrado tanto para o mês de outubro quanto para o acumulado anual.
Entre os tributos que se destacaram, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) apresentou um crescimento notável, com arrecadação de R$ 8,1 bilhões em outubro, o que representa uma alta de 38,8% em relação ao mesmo mês de 2024. Esse aumento pode ser atribuído a mudanças recentes na legislação que impactaram operações de crédito e transações envolvendo moeda estrangeira. Além disso, o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre rendimentos de capital teve uma arrecadação de quase R$ 11,6 bilhões, com um crescimento real de 28,01% no mesmo período.
Entretanto, apesar desse desempenho positivo, a Receita Federal sinalizou um arrefecimento na velocidade de crescimento da arrecadação, o que foi corroborado por Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita. Ele destacou que, embora o crescimento continue, as taxas são menores do que nos meses anteriores, um reflexo da desaceleração econômica.
O cenário de alta nas taxas de juros, com a Selic em 15% ao ano, também influencia essa dinâmica, uma vez que o Banco Central busca controlar a inflação, que se mantém acima das metas estabelecidas pelo governo. Mesmo com a arrecadação tributária demonstrando resiliência, o impacto das altas taxas sobre a atividade econômica é inegável.
Um aspecto surpreendente da arrecadação foi o crescimento explosivo em atividades de jogos de azar e apostas, que subiu quase 10.000% em relação ao ano passado, após a regulamentação desse setor. Essa nova legalização gerou R$ 1 bilhão em outubro de 2025, comparado a apenas R$ 11 milhões em 2024, evidenciando a transformação do mercado de apostas no Brasil.
O panorama atual da arrecadação federal apresenta um misto de otimismo e desafios, refletindo tanto a capacidade do governo em expandir suas receitas quanto as pressões econômicas que dificultam um crescimento contínuo e robusto.
