Somente em julho, o IGP-M havia obtido uma redução de 0,77%, que vinha acompanhada das sucessivas quedas observadas em maio (-0,49%) e junho (-1,67%). O novo resultado traz um alívio ao setor imobiliário e às expectativas de reajustes nos contratos de locação, já que, no acumulado em 12 meses, o índice alcançou 3,03%. Para efeitos de comparação, no mesmo mês do ano passado, o IGP-M havia registrado uma variação de 0,29%, enquanto que em março de 2025, o indicador chegou a estratos ainda mais altos, batendo 8,58%.
A metodologia empregada pela FGV na apuração do IGP-M considera três componentes principais, sendo o mais relevante o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice total. Em agosto, o IPA demonstrou uma recuperação significativa, crescendo 0,43%, em contraste com a queda anterior de 1,29% em julho. Vale destacar que as principais contribuições para essa alta vieram do minério de ferro (6,76%), da soja em grão (3,73%) e da banana (15,03%).
O segundo componente, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que corresponde a 30% do IGP-M, apresentou um recuo de 0,07% em agosto. Entre os itens que contribuíram para essa redução, destacam-se as tarifas aéreas, que caíram 8,56%, além da tarifa de eletricidade residencial (-1,97%) e da gasolina (-0,85%). O abrandamento das passagens aéreas pode ser atribuído ao término do período escolar, resultando em uma diminuição na demanda. Já o alívio nas contas de luz é devido ao Bônus de Itaipu, um desconto que beneficiou milhões de consumidores.
O terceiro e último componente analisado pela FGV, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma elevação de 0,70% no mês. O IGP-M é amplamente utilizado como referência para o reajuste anual de contratos de aluguel, além de regulamentar tarifas públicas e serviços essenciais, o que o torna um importante barômetro da economia.
A FGV coleta dados para o cálculo do IGP-M em diferentes capitais brasileiras, como Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, durante o período que vai de 21 de julho a 20 de agosto. Este novo índice traz esperanças renovadas aos locadores e inquilinos em um momento de incerteza econômica.