ECONOMIA – Apenas 25% dos trabalhadores autônomos no Brasil estão formalizados com CNPJ em 2024, apesar de avanço em 12 anos, mostra pesquisa do IBGE.

Em 2024, apenas 25% dos trabalhadores por conta própria no Brasil estavam formalizados, ou seja, possuíam registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Isso se traduz em aproximadamente 6,6 milhões de pessoas em um total de 25,5 milhões de trabalhadores autônomos no país.

Embora o número de trabalhadores formalizados permaneça baixo, há um progresso significativo em comparação com dados de anos anteriores. Em 2012, somente 15% dos trabalhadores por conta própria possuíam CNPJ, percentual que subiu para 20,2% em 2019 e, finalmente, para os atuais 25,7%. Essa evolução foi revelada por meio de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os 25,5 milhões de autônomos representam aproximadamente 25,2% da força de trabalho nacional, um leve aumento em relação aos 22,4% registrados em 2012. É importante lembrar que a pesquisa fornece dados anuais desde 2012, com a exceção dos anos de 2020 e 2021, período em que a pandemia de COVID-19 prejudicou a coleta de informações.

Ser formalizado pode trazer uma série de benefícios para os trabalhadores autônomos, incluindo a capacidade de emitir notas fiscais, acessar crédito e serviços bancários específicos, contratar empregados de maneira legal e garantir benefícios previdenciários.

O IBGE classifica os trabalhadores por conta própria em cinco categorias de atividade, e os dados mostram desigualdades notáveis entre elas. O setor de comércio é o que apresenta a maior proporção de trabalhadores registrados, com 33,2% dos autônomos desse segmento possuindo CNPJ. Em comparação, o setor de serviços tem 31,5%, a indústria geral 23,4%, a construção 15,2% e, por fim, a agricultura, pecuária e pesca obtêm apenas 7,2%.

Segundo o analista William Kratochwill, o baixo índice de formalização está relacionado com a dimensão dos negócios. “Muitos desses empreendimentos são pequenos e, por isso, seus proprietários não veem a necessidade de formalizá-los. Em algumas situações, eles acreditam que a formalização traria mais tributos e obrigações do que benefícios”, argumenta.

Adicionalmente, os dados revelam que a escolaridade influencia a adesão ao CNPJ. Entre aqueles com menor nível educacional, a formalização é significativamente menor. Por exemplo, apenas 11,2% dos trabalhadores sem instrução formal ou com o ensino fundamental incompleto possuíam CNPJ, enquanto esse número sobe para 48,4% entre os que se graduaram no ensino superior.

Finalmente, os dados também indicam uma baixa taxa de sindicalização entre os trabalhadores autônomos: apenas 5,1% estão associados a sindicatos, em contraste com o índice de 8,9% que caracteriza a população ocupada em geral. Essa informação sugere que a formalização e a organização dos trabalhadores por conta própria ainda enfrentam muitos desafios.

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