Durante um evento promovido pelo jornal Valor Econômico, Alckmin argumentou que uma taxa de juros elevada como a Selic, atualmente em 14,25% ao ano, pode prejudicar a economia ao tornar o custo do capital muito caro. Ele também ressaltou que os aumentos nos preços de alimentos e energia são impulsionados por fatores externos e de natureza pontual, como eventos climáticos adversos e tensões geopolíticas.
Segundo o ministro, esses eventos impactam os preços de forma significativa, mas não devem ser diretamente considerados na definição da taxa de juros. Ele destacou que medidas mais flexíveis e focadas nos choques de oferta podem ser mais efetivas para reduzir a inflação.
Alckmin também alertou para o impacto do aumento da Selic nas contas públicas, apontando que cada elevação de 1 ponto percentual na taxa básica de juros aumenta a dívida pública em cerca de R$ 48 bilhões. A inflação medida pelo IPCA em fevereiro, puxada pela alta da energia elétrica, ficou em 1,31%, o maior resultado desde 2022.
Diante desse cenário, o Copom decidiu elevar mais uma vez a Selic, em 1 ponto percentual, na reunião da semana passada. O comitê alertou para a necessidade de controlar a demanda aquecida e monitorar a inflação de serviços. Para as próximas reuniões, o Copom indicou que a Selic será elevada em menor magnitude em maio, mas não deu pistas sobre os próximos passos.
A discussão em torno da influência dos alimentos e energia na definição da Selic continua, mostrando a complexidade da política monetária e a necessidade de considerar diversos fatores para garantir a estabilidade econômica.