A redução gradual das tarifas de importação prevista no acordo resultará em um aumento significativo das importações da UE, estimadas em R$ 42,1 bilhões, e das exportações brasileiras para o bloco, previstas em R$ 52,1 bilhões. A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas da China, sendo responsável por 16% do comércio exterior brasileiro em 2023.
O professor Giorgio Romano Schutte, membro do Observatório da Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (Opeb), destacou melhorias significativas no acordo em relação às negociações anteriores. Ele ressaltou a inclusão de salvaguardas para o setor automotivo, visando proteger a indústria nacional. No entanto, Schutte alertou que a efetividade dessas medidas dependerá da atuação do governo.
Os impactos econômicos do acordo devem ser progressivos e limitados, conforme apontou o professor de relações internacionais da UFABC. Ele ressaltou a importância do acordo não apenas para o comércio, mas também para fortalecer o poder de negociação do Brasil com outros países, como a China e os Estados Unidos.
Além dos benefícios econômicos, o governo brasileiro estima um aumento de R$ 13 bilhões em investimentos no país, um crescimento de 0,76%. Também prevê-se uma redução de 0,56% nos preços ao consumidor e um aumento de 0,42% nos salários reais, tudo previsto para 2044.
O acordo prevê a redução das tarifas ao longo de períodos que variam de 4 a 30 anos, dependendo do setor. Também estão previstas cotas para produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil, gerando assimetrias que o professor Schutte considera como a principal questão a ser analisada no acordo.
Em resumo, o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE representa uma oportunidade para impulsionar as relações comerciais e fortalecer a economia brasileira, trazendo benefícios tanto no curto quanto no longo prazo. A confirmação e implementação deste acordo são aguardadas com grande expectativa por diversos setores da sociedade.