Lula Marques foi advertido pelo presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), por divulgar fotos de conversas privadas de um parlamentar integrante da comissão com uma jornalista.
A EBC tomou conhecimento dessa decisão e emitiu uma nota em que critica a restrição imposta ao fotógrafo. A empresa considera essa determinação uma violação ao livre exercício da profissão e à liberdade de imprensa. A EBC pede ao presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, que reconsidere a decisão e permita que Lula Marques exerça sua atividade normalmente. Caso essa determinação não seja revista, a empresa não irá designar outro profissional para cobrir a CPMI.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por meio da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos, também expressou sua posição em relação a essa medida. A ABI considera o impedimento ilegal, inconstitucional, autoritário e inaceitável.
A entidade destaca que a decisão de descredenciar o fotógrafo, tomada pelo deputado Arthur Maia como presidente da CPMI, constitui uma censura ao trabalho do jornalista e fere a Constituição Cidadã aprovada pelo Congresso Nacional. Além disso, a ABI menciona que casos semelhantes já ocorreram ao longo da história contemporânea, sem que os autores dessas fotos sofreram punições.
A associação ressalta que a única exigência para que os profissionais de imprensa exerçam suas atividades nas Casas Legislativas é o credenciamento. Lula Marques, assim como outros profissionais de comunicação, possui esse credenciamento, estando apto a realizar o seu trabalho, mesmo que seu resultado desagrade alguns parlamentares.
Essa restrição imposta ao fotógrafo Lula Marques é mais um exemplo dos ataques à democracia e ao Estado democrático de direito que vêm ocorrendo nos últimos anos. É necessário garantir a liberdade de imprensa e o livre exercício da profissão, fundamentais para a democracia do país.