No primeiro set, as canadenses começaram melhor, focando seus saques em Duda, que teve dificuldades iniciais para pontuar. No entanto, as brasileiras conseguiram recuperar o placar com uma atuação de destaque de Ana Patrícia no bloqueio e com contra-ataques precisos. Em um momento decisivo, Duda realizou uma jogada corajosa ao lançar a bola de manchete para o fundo da quadra adversária, o que garantiu a liderança no marcador pela primeira vez na partida (18 a 17) e trouxe confiança para o restante do jogo.
O segundo set mostrou um duelo equilibrado até o empate em 10 a 10. A partir deste ponto, as canadenses dominaram as ações, com uma defesa sólida e aproveitando as dificuldades das brasileiras na virada de bola. Elas conquistaram 11 pontos seguidos e levaram a decisão da medalha de ouro para o tie-break.
No tie-break, a dupla brasileira iniciou o set com confiança e dominou do início ao fim, mesmo diante de um incidente envolvendo Ana Patrícia e Brandie, que se desentenderam na rede. O episódio, que incluiu trocas de olhares desafiadores e gestos, não foi suficiente para desestabilizar a parceria brasileira, que fechou o set em 15/10.
Com essa conquista, o Brasil retorna ao pódio olímpico no vôlei de praia, modalidade na qual acumula 14 medalhas ao longo da história – sendo quatro de ouro, sete de prata e três de bronze. Esta vitória também fortalece a trajetória impecável de Duda e Ana Patrícia em Paris; ambas chegaram à final com apenas um set perdido em seis vitórias. A única partida em que não venceram por 2 a 0 foi contra as australianas Mariafe Artacho del Solar e Taliqua Clancy, onde conseguiram uma virada após perder o primeiro set.
A vitória em Paris simboliza uma reviravolta para ambas as atletas, que participaram dos Jogos de Tóquio-2020 com parcerias diferentes. Duda, ao lado de Ághata, chegou às oitavas-de-final, enquanto Ana Patrícia, com Rebecca, alcançou as quartas-de-final. Esta é a primeira participação da dupla em Jogos Olímpicos, e elas já se firmaram como campeãs, quebrando um tabu que durava desde Atlanta-1996, quando Jaqueline Silva e Sandra Pires conquistaram o primeiro ouro da modalidade.
Além da glória olímpica, Duda e Ana Patrícia revivem um sucesso de longa data em competições internacionais. Anteriormente, a dupla conquistou os Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim-2014 e foi bicampeã mundial sub-21 em 2016 e 2017, destacando-se a nível global desde então.