Domingos Brazão, ao STF: “Preferiria ter morrido no lugar de Marielle”; expressa dor pela situação de sua família no caso da vereadora assassinada.

Durante um depoimento recente ao Supremo Tribunal Federal (STF), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, fez declarações contundentes sobre seu envolvimento em um dos casos de assassinato mais emblemáticos do Brasil. Ele se referiu à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, e expressou seu desejo de ter morrido em seu lugar.

Brazão, visivelmente emocionado, afirmou que a sua família tem sofrido mais devido às implicações da investigação do que a família de Marielle. Ele enfatizou: “Preferia ter morrido no lugar da Marielle. Pelo menos teria morrido com dignidade.” Essa declaração não apenas sublinha a dor pessoal que sente, mas também foca na turbulência que suas acusações têm causado.

Em sua defesa, Domingos Brazão negou qualquer participação no assassinato e afirmou que a ex-PM Ronnie Lessa, que é acusado de ter executado Marielle, direcionou a culpa para ele como parte de uma tentativa de encobrir o verdadeiro mandante do crime. Para ele, o verdadeiro responsável seria Cristiano Girão Matias, que tem um histórico criminal e foi preso após a CPI das Milícias de 2008.

Brazão é irmão do deputado Chiquinho Brazão, também implicado nas investigações como um dos supostos mandantes do crime. Ambas as figuras estão ligadas a acusações de pertencerem a uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro, especificamente em Rio das Pedras, área conhecida por sua relação com atividades criminosas e grilagem de terras, o que agrava ainda mais a gravidade das acusações.

O caso Marielle Franco, que já gerou uma onda de revolta e clamor público por justiça, continua a reverberar na sociedade brasileira, refletindo a complexidade das relações de poder e crime no estado do Rio de Janeiro. As alegações de Brazão e sua dinâmica familiar revelam a tensão entre as vozes dos acusados e a luta por justiça que ainda ecoa pelos familiares da vereadora assassinada. Este julgamento, marcado para outubro, promete trazer à tona novos desdobramentos, à medida que mais evidências e testemunhos sejam apresentados.

Sair da versão mobile