Brazão, visivelmente emocionado, afirmou que a sua família tem sofrido mais devido às implicações da investigação do que a família de Marielle. Ele enfatizou: “Preferia ter morrido no lugar da Marielle. Pelo menos teria morrido com dignidade.” Essa declaração não apenas sublinha a dor pessoal que sente, mas também foca na turbulência que suas acusações têm causado.
Em sua defesa, Domingos Brazão negou qualquer participação no assassinato e afirmou que a ex-PM Ronnie Lessa, que é acusado de ter executado Marielle, direcionou a culpa para ele como parte de uma tentativa de encobrir o verdadeiro mandante do crime. Para ele, o verdadeiro responsável seria Cristiano Girão Matias, que tem um histórico criminal e foi preso após a CPI das Milícias de 2008.
Brazão é irmão do deputado Chiquinho Brazão, também implicado nas investigações como um dos supostos mandantes do crime. Ambas as figuras estão ligadas a acusações de pertencerem a uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro, especificamente em Rio das Pedras, área conhecida por sua relação com atividades criminosas e grilagem de terras, o que agrava ainda mais a gravidade das acusações.
O caso Marielle Franco, que já gerou uma onda de revolta e clamor público por justiça, continua a reverberar na sociedade brasileira, refletindo a complexidade das relações de poder e crime no estado do Rio de Janeiro. As alegações de Brazão e sua dinâmica familiar revelam a tensão entre as vozes dos acusados e a luta por justiça que ainda ecoa pelos familiares da vereadora assassinada. Este julgamento, marcado para outubro, promete trazer à tona novos desdobramentos, à medida que mais evidências e testemunhos sejam apresentados.