O agravamento das tensões comerciais, iniciado com a imposição de tarifas sobre importações, gerou incertezas sobre a condição econômica dos Estados Unidos. Esse cenário, marcado por uma guerra comercial sem precedentes, resultou em um menor apelo do dólar como um ativo de refúgio, estratégia tradicional dos investidores em tempos de incerteza.
De acordo com especialistas de instituições financeiras, este ano se destaca como um dos piores para a moeda americana desde que o sistema de câmbio flutuante foi implementado, há mais de cinquenta anos, resultando em níveis recordes de desvalorização. As expectativas de que o Federal Reserve (Fed) promova cortes adicionais nas taxas de juros em 2026, enquanto outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu, estão inclinados a aumentar ou manter suas taxas, deixam o dólar ainda mais pressionado.
A possibilidade de um novo presidente do Fed, a ser anunciado em breve, que seja suscetível a atender demandas políticas por cortes mais agressivos nos juros, acende um alerta entre analistas. Um Fed que seja percebido como influenciado pela política pode abalar a confiança na condução econômica, resultando em um fortalecimento das pressões sobre a moeda.
Além disso, a volatilidade política em Washington desencadeou uma mudança no comportamento do mercado. Investidores estrangeiros, notadamente os europeus, deram preferência a estratégias de proteção cambial ao investirem em ações norte-americanas. Essa prática, embora vise a mitigação de riscos, acaba gerando uma pressão adicional sobre o dólar, independentemente do desempenho do mercado acionário no país.
Assim, o dólar não só enfrenta um momento desafiante em termos de valorização, mas também se vê inserido em um contexto complexo, onde a incerteza política e as diferentes abordagens monetárias globais contribuem para a sua fragilidade.







