O mercado está com expectativas em alta à medida que se aproxima a nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para quarta-feira. Neste encontro, é previsto que o órgão mantenha a taxa Selic em seu atual patamar de 15% ao ano, um nível que tem sustentado o diferencial de juros a favor do real. Essa situação propicia a prática de carry trade, uma estratégia onde investidores tomam empréstimos em países com taxas de juros baixas para aplicar em economias com rendimentos mais atrativos, aproveitando assim a diferença entre elas.
Analistas acreditam que este diferencial de juros tem sido fundamental para a valorização do real, que, apesar de uma leve alta mundial do dólar — evidenciada pelo índice DXY, que registrava 99,87 pontos, uma valorização de 0,07% —, viu sua moeda se fortalecer. A evolução positiva da moeda brasileira é notável, especialmente em um cenário em que a inflação também apresenta sinais de recuo. O Boletim Focus, realizado semanalmente pelo Banco Central, trouxe novas projeções apontando uma revisão para baixo das expectativas de inflação, com a estimativa do IPCA caindo de 4,56% para 4,55% em 2025, além de também ter sido reduzida para os anos de 2027 e 2028.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, atribui esse movimento ao aumento da aversão ao risco e ao crescente fluxo de investimentos estrangeiros na B3, que continua a ser impulsionada por ações de grandes empresas, como bancos e a Petrobras. Ele destaca que dados industriais encorajadores vindos da China têm reforçado o otimismo em relação às commodities e sustentado as moedas de mercados emergentes, com a expectativa de manutenção da Selic favorecendo ainda mais o cenário de carry trade no Brasil. A dinâmica atual sinaliza um ambiente propício para investidores, que continuam a monitorar as decisões do Copom e suas implicações no mercado.
 
 








