Com uma agenda internacional esvaziada nesta segunda-feira e expectativas voltadas para a divulgação do índice de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, prevista para quarta-feira, os investidores mantêm atenção redobrada às palestras de membros do Banco Central do Brasil. Entre os destaques, estão o presidente Roberto Campos Neto e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, visto como um potencial sucessor.
Na última sexta-feira, os juros de curto prazo registraram alta devido ao IPCA de julho ter superado as expectativas, elevando as apostas de novos aumentos na taxa Selic nos próximos meses. Hoje, o clima entre os investidores também será influenciado pela participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um evento agendado para o início da tarde.
No boletim Focus, as projeções apontam uma elevação do IPCA para 2024, de 4,12% para 4,20%, enquanto para 2025 indicam uma leve queda de 3,98% para 3,97%, sendo esta a primeira redução desde março. A estimativa para a taxa Selic no fim de 2024 permanece em 10,5% ao ano, e em 9,75% para 2025. As projeções para a cotação do dólar mantêm-se em R$ 5,30.
O cenário fiscal brasileiro continua a atrair atenções, especialmente com a retomada das atividades no Congresso. A Câmara dos Deputados deve votar projetos a partir de amanhã. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), busca aprovar novas etapas da reforma tributária e uma PEC que endurece o combate às facções criminosas. No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pautou para quarta-feira a apreciação da Proposta de Emenda à Constituição nº 65, que visa garantir autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central.
No Brasil, os próximos dias serão movimentados com a divulgação de importantes indicadores econômicos. Entre eles, o volume de serviços de junho será conhecido nesta terça-feira; os resultados do varejo restrito e ampliado serão publicados na quarta; e na sexta-feira, serão divulgados o IGP-10 de agosto e o IBC-Br de junho.
Às 9h41, o dólar à vista registrava queda de 0,34%, sendo cotado a R$ 5,4963. Já o dólar para setembro caía 0,27%, cotado a R$ 5,5090.