Dólar atinge R$ 6,26, maior valor histórico, e Haddad menciona possível ataque especulativo enquanto governo discute cortes de R$ 70 bilhões nos gastos públicos.

Na quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, o mercado financeiro brasileiro registrou um novo marco ao ver o dólar alcançar a cotação histórica de R$ 6,26. Este aumento significativo da moeda americana ocorre em um contexto de pressão sobre o governo devido a um pacote de cortes de gastos que está atualmente em discussão no Congresso Nacional.

Neste ano, o dólar já se valorizou em quase 30%. Somente nesta semana, a moeda registrou uma alta de 3,85%. Em meio a essa oscilação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que espera uma estabilização na cotação. Ele explicou que a flutuação do câmbio é característica de um sistema econômico aberto, mas também não descartou a possibilidade de um ataque especulativo contribuindo para essa desvalorização do real. Durante uma coletiva, Haddad enfatizou a necessidade de analisar os fundamentos econômicos, reforçando que intervenções do Tesouro e do Banco Central são medidas possíveis para coibir movimentos especulativos.

O pacote de cortes proposto pelo governo, que já começou a ser discutido no Congresso, tem como objetivo a redução de R$ 70 bilhões em despesas até 2026. Isso inclui alterações significativas, como a limitação do crescimento do salário mínimo e ajustes nos benefícios do abono salarial, juntamente com um aumento de impostos para os mais ricos. O governo espera que essas medidas sejam aprovadas pela Câmara dos Deputados até a próxima quinta-feira, dia 19, e que sejam votadas no Senado na sexta-feira, dia 20.

Além desses cortes, o governo anunciou anteriormente um bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento, acumulando um total de R$ 19,3 bilhões em bloqueios nos últimos meses. Essas decisões são parte da estratégia do governo para compensar o aumento das despesas obrigatórias, particularmente em relação aos gastos com a Previdência.

Em um cenário de incertezas e negociações complexas no Congresso, a expectativa do governo é de que o entendimento e a colaboração entre as partes possibilitem a aprovação das medidas necessárias para a contenção de gastos, evitando desidratações que possam comprometer o planejamento orçamentário.

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