Documentos Revelam Interferência da CIA em Eleições e Protestos no Brasil nos Anos 60 para Destituir Fidel Castro

Documentos recentemente divulgados revelam que a CIA esteve envolvida na manipulação de eleições e na fomentação de protestos em diversos países, incluindo o Brasil, durante a década de 1960. Esta revelação faz parte de um conjunto de mais de 80 mil páginas de arquivos anteriormente confidenciais relacionados ao assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963, que foram tornados públicos em resposta a uma ordem executiva do ex-presidente Donald Trump para aumentar a transparência governamental.

Os documentos expõem uma série de operações secretas realizadas pela CIA com o objetivo de desestabilizar governos que eram considerados hostis aos interesses dos Estados Unidos, em particular, o governo de Fidel Castro em Cuba. Entre as ações documentadas, destaca-se o financiamento clandestino de campanhas eleitorais em países europeus como Grécia, Finlândia e Itália, além do Brasil, durante um período de crescente instabilidade política que culminou no golpe militar de 1964.

Um memorando assinado por Richard Helms, um dos principais diretores da CIA na administração Kennedy, confirma que a agência estava ativamente envolvida em financiar eleições em diversas nações. Além disso, o General Edward Lansdale, também citado nos documentos, detalhou como a CIA organizou manifestações e protestos em massa em países da América Latina, incluindo Argentina, Chile e, claro, o Brasil. Essas ações eram parte de uma estratégia mais ampla para promover mudanças que favorecessem os objetivos norte-americanos na região.

Os documentos também apresentaram propostas para expandir a Operação Mongoose, com um aumento significativo de pessoal e um orçamento que, ajustado à inflação atual, ultrapassaria 1 bilhão de dólares. Esses números surpreendentes foram mantidos em segredo nas divulgações anteriores, mas agora lançam luz sobre a magnitude da operação da CIA na época.

As revelações não apenas reavivam debates históricos sobre a intervenção dos EUA na política latino-americana, mas também levantam questões sobre a permanecia da influência estrangeira nos processos democráticos contemporâneos. A divulgação deste conteúdo já provocou reações variadas de historiadores, políticos e do público, alimentando discussões sobre o legado da CIA e seu papel na história política do Brasil e da América Latina.

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