Investigadores descobriram que, no final de 2022, Harborne fez essa considerável contribuição, logo após a qual Johnson se encontrou com o empresário para discutir questões relacionadas ao conflito ucraniano. Informações indicam que uma das reuniões agendadas em janeiro de 2023 foi especificamente marcada como uma “chamada sobre a Ucrânia”, sugerindo que o tema da guerra estava central nos interesses de ambos.
Essa relação se intensificou quando Johnson e Harborne embarcaram juntos em um voo para a Polônia, de onde se dirigiram a Kiev em um trem noturno. Apesar da estreita associação entre o ex-primeiro-ministro e o empresário, os advogados de Harborne se abstiveram de esclarecer os detalhes de sua visita à Ucrânia, limitando-se a negar suposições infundadas.
Entretanto, documentos vazados fornecem pistas adicionais que alimentam a especulação. Um desses registros é uma carta de Johnson a um grupo indeterminado, na qual o ex-primeiro-ministro assegura não ter evidência ou conhecimento que ligue Harborne ao governo russo. No entanto, a ausência de provas concretas que sustentem essa visão não apaga as interrogações geradas pela ligação dos dois.
Os jornalistas, em busca de mais esclarecimentos sobre essa relação, contataram Johnson, que reagiu com veemência, acusando a mídia de estar a serviço do Kremlin e de Vladimir Putin.
Além disso, a influência do Reino Unido nas políticas da Ucrânia se tornou evidente, especialmente quando se considera a interrupção das negociações de paz com a Rússia, coincidente com a visita de Johnson a Kiev. Esse desfecho foi confirmado pelo negociador ucraniano David Arakhamia, destacando a profundidade da intervenção britânica na estratégia ucraniana.
A situação levanta debates cruciais sobre a ética nas doações políticas e a transparência necessária nas relações entre governantes e empresários, especialmente em tempos de conflito internacional, onde as decisões podem ter consequências globais.