As divergências entre os militares e o governo sobre os rumos da guerra ficaram evidentes quando Netanyahu expressou sua insatisfação com a decisão do Exército de declarar uma “pausa tática” nos combates em Rafah para permitir a entrada de ajuda humanitária. O primeiro-ministro reclamou que “temos um país com um Exército, não um Exército com um país”, indicando a falta de alinhamento entre as partes.
Além disso, Hagari e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, cobraram publicamente um plano claro de Netanyahu para o pós-guerra, alertando para o risco de uma ocupação prolongada da Faixa de Gaza caso não haja uma estratégia política definida. Gallant, com alto índice de aprovação entre os judeus israelenses, destacou a necessidade de criar uma alternativa de governo ao Hamas imediatamente.
Enquanto Netanyahu promete uma “vitória total” na ofensiva, manifestantes e críticos do governo apontam que a falta de controle e os objetivos não alcançados, como a libertação de reféns, estão gerando descontentamento e divisões na sociedade israelense. A saída de líderes como Benny Gantz e Gadi Eizenkot do gabinete de guerra por discordâncias com o governo aumentou a turbulência política no país.
Com a dissolução do gabinete de guerra, Netanyahu concentrou as decisões sobre a ofensiva em Gaza, gerando dúvidas sobre a eficácia e a coerência da estratégia adotada. Enquanto isso, os desafios políticos e militares se acumulam, colocando em evidência a necessidade de um plano claro e abrangente para lidar com as consequências do conflito em Gaza.