Em 2023, o déficit nas contas públicas atingiu alarmantes R$ 230 bilhões, mas, no ano seguinte, a situação apresentou uma leve melhora, reduzindo o rombo para R$ 43 bilhões. Entretanto, as previsões para 2025 indicam um novo aumento no déficit, que poderá chegar a R$ 75 bilhões, seguido por uma expectativa de redução para R$ 23,3 bilhões em 2026. O Tesouro Nacional já reconhece que a trajetória da dívida pública tende a continuar em ascensão ao longo do mandato do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, podendo ultrapassar a barreira dos 80%.
A elevação das despesas públicas é atribuída a diversas medidas, incluindo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que garantiu reajustes reais ao salário mínimo, além de novos pisos salariais para setores como saúde e educação. Adicionalmente, os pagamentos de precatórios atrasados, o aumento nos vencimentos de servidores públicos e os encargos relacionados aos juros da dívida contribuem para esse cenário de endividamento crescente.
Diante desta situação, analistas econômicos não escondem sua preocupação. Com o aumento da dívida pública, a pressão sobre a taxa de juros, atualmente fixada em 15% ao ano – uma das mais elevadas do mundo – torna-se um fator crítico. Essa realidade eleva o risco de um entrave ao crescimento econômico, visto que juros mais altos podem desincentivar investimentos e consumir recursos que poderiam ser destinados a outras áreas do desenvolvimento nacional.
O país vive um momento delicado, onde a gestão do endividamento se torna crucial para a saúde econômica a longo prazo, exigindo uma combinação de políticas fiscais responsáveis e estratégias que estimulem o crescimento sustentável. As próximas decisões do governo serão fundamentais para configurar o futuro econômico do Brasil e evitar um aprofundamento da crise fiscal.
