Agora, a recém-criada bancada feminina e o próprio Podemos clamam pela posse da sala. O senador Izalci Lucas, do PSDB, revelou que o partido deixou o espaço há cerca de 15 dias, após ver sua tentativa de ampliar a bancada ser frustrada pela presidência do partido.
A situação ganhou contornos curiosos quando, no final de setembro, Marcos do Val anunciou sua intenção de se filiar ao PSDB e chegou a compartilhar uma foto ao lado de Izalci, presidente do diretório tucano no Distrito Federal, para celebrar a mudança. Porém, tal movimentação desagradou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que comandava a executiva nacional do PSDB e solicitou que a direção nacional do partido vetasse a entrada de Do Val. Após a reação negativa, Do Val decidiu permanecer em seu atual partido, o Podemos.
De acordo com o regimento do Senado, para ser considerada uma liderança, com direito a uma sala própria e servidores, é necessário ter pelo menos três senadores. Atualmente, o PSDB conta apenas com dois senadores, Izalci Lucas e Plínio Valéio. O partido tinha essa prerrogativa desde a Constituinte, realizada em 1988.
No início deste ano, a bancada do PSDB era formada por quatro senadores, mas Mara Gabrilli migrou para o PSD em janeiro e Alessandro Vieira foi para o MDB em junho. Diante desse cenário, Izalci afirmou ao GLOBO que acha difícil filiar alguém agora e que isso depende da presidência do partido.
Essa disputa pelo espaço revela a crise interna vivenciada pelo PSDB, que tem enfrentado um desempenho eleitoral em queda nas últimas três disputas, além das dificuldades para forjar novas lideranças em importantes capitais e cidades do país. Diante desse contexto, o partido receia um novo esvaziamento nas eleições municipais de 2024.