Discordâncias reveladas: mensagens da PF mostram atritos entre Jair e Eduardo Bolsonaro, revelando tensões no clã e críticas à gestão política.

A recente recuperação de mensagens apagadas do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro, feitas pela Polícia Federal (PF), revelou um intricado panorama de conflitos e desavenças dentro do clã bolsonarista. As conversas, que se estendem por um período de aproximadamente um mês entre junho e julho, expõem trocas de farpas entre Bolsonaro e seu filho, Eduardo, além de diálogos inflamados com o pastor Silas Malafaia.

Os investigadores adotaram um software especializado para acessar as mensagens que estavam supostamente eliminadas. As análises preliminares sugerem que diversos trechos são significativos para as investigações em curso, incluindo vitórias e derrotas políticas enfrentadas pelo ex-presidente. A hostilidade nas conversas é particularmente visível no relacionamento entre Jair e Eduardo, onde os dois se atacam verbalmente. Um exemplo chocante envolve Eduardo acusando o pai de ingrato após Jair apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Em uma série de mensagens, Eduardo utiliza palavrões e expressões de descontentamento.

Outro aspecto notável das mensagens é a crítica de Eduardo sobre a crescente especulação de que Tarcísio possa ser um candidato viável para a presidência, sugerindo que isso poderia prejudicar a imagem e a campanha de Jair. Um sentimento de urgência permeia as trocas, com Eduardo enfatizando a importância de um entendimento familiar para manter a relevância política da família.

Além das tensões familiares, a correspondência com Silas Malafaia é igualmente reveladora. O pastor não hesita em criticar Eduardo, chamando-o de “babaca” e “inexperiente”, um reflexo da frustração com a atuação do deputado nos Estados Unidos, que, segundo Malafaia, estaria facilitando a ascensão do discurso nacionalista na oposição, representada pelo governo Lula. As discussões incluem também estratégias políticas para enfrentar dificuldades, como a taxa de 50% proposta por Donald Trump, que poderia impactar economicamente o Brasil. Malafaia sugere que Jair devesse pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para priorizar a votação de uma anistia como uma forma de equilíbrio político.

Essencialmente, as mensagens recuperadas destacam a fragilidade das relações no seio da família Bolsonaro, revelando um cenário de competição e rivalidade, que, somado à pressão externa, coloca em xeque a unidade em momentos críticos da política brasileira.

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