Os investigadores adotaram um software especializado para acessar as mensagens que estavam supostamente eliminadas. As análises preliminares sugerem que diversos trechos são significativos para as investigações em curso, incluindo vitórias e derrotas políticas enfrentadas pelo ex-presidente. A hostilidade nas conversas é particularmente visível no relacionamento entre Jair e Eduardo, onde os dois se atacam verbalmente. Um exemplo chocante envolve Eduardo acusando o pai de ingrato após Jair apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Em uma série de mensagens, Eduardo utiliza palavrões e expressões de descontentamento.
Outro aspecto notável das mensagens é a crítica de Eduardo sobre a crescente especulação de que Tarcísio possa ser um candidato viável para a presidência, sugerindo que isso poderia prejudicar a imagem e a campanha de Jair. Um sentimento de urgência permeia as trocas, com Eduardo enfatizando a importância de um entendimento familiar para manter a relevância política da família.
Além das tensões familiares, a correspondência com Silas Malafaia é igualmente reveladora. O pastor não hesita em criticar Eduardo, chamando-o de “babaca” e “inexperiente”, um reflexo da frustração com a atuação do deputado nos Estados Unidos, que, segundo Malafaia, estaria facilitando a ascensão do discurso nacionalista na oposição, representada pelo governo Lula. As discussões incluem também estratégias políticas para enfrentar dificuldades, como a taxa de 50% proposta por Donald Trump, que poderia impactar economicamente o Brasil. Malafaia sugere que Jair devesse pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para priorizar a votação de uma anistia como uma forma de equilíbrio político.
Essencialmente, as mensagens recuperadas destacam a fragilidade das relações no seio da família Bolsonaro, revelando um cenário de competição e rivalidade, que, somado à pressão externa, coloca em xeque a unidade em momentos críticos da política brasileira.