Segundo informações reveladas pelo programa Fantástico, da rede Globo, nos últimos dois anos a polícia apreendeu mais de 50 bombas na capital alagoana. Três pessoas perderam a vida em decorrência desses ataques, incluindo um catador de latinhas que teve a mão mutilada por uma bomba escondida em uma lixeira.
De acordo com as investigações, os dirigentes das torcidas organizadas fabricavam as bombas nas sedes dos grupos, como forma de infligir terror e promover atos de violência. Em conversas obtidas pelo Fantástico, um dos suspeitos revelou a fabricação das bombas e até compartilhou fotos de um catador ferido, fazendo comentários de deboche.
Um dos episódios mais chocantes envolvendo a violência das torcidas ocorreu após um jogo entre CSA e Confiança, onde um torcedor do CSA foi brutalmente atacado por membros da torcida adversária, vindo a falecer dias depois. A intolerância chegou a tal ponto que até mesmo um motoqueiro foi agredido simplesmente por estar vestindo a camisa do time rival.
Diante desse cenário preocupante, a Justiça aceitou a denúncia e manteve 15 prisões, com os réus sendo acusados de organização criminosa, uso indevido de símbolos oficiais e associação para o tráfico. As torcidas do CRB e do CSA tiveram suas atividades restringidas, não podendo vender produtos nem frequentar os estádios.
As torcidas organizadas envolvidas nos casos se manifestaram, negando qualquer envolvimento com atividades ilícitas e buscando um processo justo. A torcida Comando Alvi-Rubro, do CRB, afirmou que não foram encontrados materiais ilícitos em sua sede, enquanto a Mancha Azul do CSA alegou não ter ligação com os suspeitos presos pelas explosões de bombas.
A violência e o crime envolvendo as torcidas organizadas representam um sério desafio para as autoridades de segurança pública e para os clubes de futebol. É fundamental que medidas eficazes sejam tomadas para coibir essas práticas criminosas e garantir a segurança dos torcedores e da população em geral.