Um dos diretores que mais se destacou nesse cenário foi Antonio Barra Torres, então presidente da Anvisa, que recebeu o maior valor em diárias por missões fora do país, totalizando R$ 216,1 mil. Em uma viagem aos Estados Unidos, Torres recebeu R$ 43,2 mil em diárias, triplicando seu salário mensal de R$ 19.001,04. Essas viagens envolveram participações em convenções e reuniões com autoridades internacionais, em diversos países como Cuba, Suíça, México, Índia e China.
Outro diretor que recebeu destaque foi Felipe Fernandes Queiroz, da ANTT, que passou dois meses fora do país recebendo R$ 132,4 mil em diárias. Ele participou de um workshop em Boston sobre negociação, quase dobrando seu salário mensal de R$ 28.277,47. A ANTT, que foi impactada por cortes orçamentários, enfatizou a importância dessas viagens para capacitar seu corpo técnico em colaboração com entidades internacionais do setor de transportes terrestres.
Alexandre Freire, diretor da Anatel, também recebeu um valor significativo em diárias por suas seis viagens internacionais no ano passado, totalizando R$ 103,6 mil. Suas viagens incluíram participações em eventos e cursos sobre inteligência artificial nos Estados Unidos. A agência destacou a importância da representação internacional da Anatel em fóruns e eventos de telecomunicações.
Diante das críticas, as agências reguladoras se manifestaram sobre o assunto, destacando a importância das viagens internacionais para promover o intercâmbio de conhecimentos, capacitar seus servidores e defender os interesses do Brasil em âmbito internacional. Além disso, algumas agências ressaltaram medidas adotadas para reduzir os gastos com viagens, como a compra antecipada de passagens e a negociação de gratuidades em eventos internacionais.
No entanto, a polêmica continua em torno do alto valor gasto com diárias durante essas viagens, que vem sendo questionado em um contexto de restrições orçamentárias e cortes de verbas em diversos setores. A transparência e a prestação de contas sobre o uso desses recursos públicos se tornam essenciais para garantir a legitimidade das ações dos diretores e agências reguladoras.