Diretores da Saraiva renunciam em meio à possibilidade de falência e acusações de irregularidades financeiras.

A crise da Saraiva, uma das maiores livrarias do Brasil, atingiu um novo patamar com a renúncia de seus diretores e a possibilidade de falência da empresa. Jorge Saraiva Neto, diretor presidente e diretor de Relações com o Mercado, assim como Oscar Pessoa Filho, diretor vice-presidente, entregaram seus pedidos de renúncia no dia 20 de setembro, os quais foram aceitos pelo Conselho de Administração. Saraiva Neto também faz parte do Conselho de Administração da empresa.

Essa renúncia ocorre em um momento crítico para a Saraiva, que já demitiu funcionários e fechou suas últimas cinco lojas. Anteriormente, a rede contava com 100 livrarias e já foi considerada a maior do país. A situação se agravou desde que a empresa entrou em recuperação judicial no ano de 2018.

Diante dessa crise, a Saraiva comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que os cargos da diretoria serão assumidos por Marta Helena Zeni, que passará a ocupar o cargo de diretora presidente e diretora de Relações com Investidores (DRI), e por Gilmar Antonio Pessoa, que assumirá a função de diretor vice-presidente.

Além disso, uma Assembleia Geral Especial de Acionistas Preferencialistas foi convocada, porém não foi instalada devido à restrição de quórum. Entre os assuntos a serem discutidos na assembleia, estava a possibilidade de transformar as ações preferenciais em ações ordinárias, o que poderia transferir o controle da empresa, atualmente nas mãos da família Saraiva, para os principais acionistas preferenciais. A empresa afirmou que tomará as providências necessárias para uma nova convocação.

Nessa mesma semana, alguns conselheiros também renunciaram aos seus cargos e fizeram acusações contra os controladores da empresa em uma carta enviada à Olga Maria Barbosa Saraiva, presidente do Conselho de Administração. De acordo com informações do PublishnNews, a carta mencionava o pagamento da remuneração da KR Capital, empresa responsável pela reestruturação operacional da Saraiva em 2021 e que atualmente está trabalhando na renegociação das dívidas. Marcos Guedes, ex-CEO da Saraiva e membro do conselho de administração, é um dos sócios dessa empresa.

Com esses recentes acontecimentos, a Saraiva enfrenta um momento de grande instabilidade, e sua possível falência é um temor que paira sobre a empresa. É necessário acompanhar de perto as próximas movimentações e decisões tomadas pelos acionistas e pela nova diretoria, a fim de avaliar as chances e possíveis saídas para a crise enfrentada pela antiga gigante do mercado livreiro brasileiro.