A decisão do afastamento de Santos ocorre em meio a uma crise envolvendo a anulação de um leilão para compra pública de arroz importado pela Conab, leilão esse que estava sob a responsabilidade da diretoria de Santos. A situação levantou questionamentos sobre a permanência do executivo à frente do cargo, com discussões envolvendo o Ministério da Agricultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Palácio do Planalto.
Uma das questões levantadas é a ligação de Santos com um dos intermediários do leilão, o empresário Robson Luiz de Almeida França, presidente da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e sócio proprietário da Foco Corretora. A proximidade entre Santos e França chamou a atenção dos órgãos de controle do Executivo, levando a Controladoria Geral da União (CGU) a iniciar uma investigação sobre possíveis conflitos de interesse, tráfico de influência e favorecimento no processo.
Santos e França têm uma relação próxima, que remonta ao tempo em que ambos atuaram como assessores parlamentares do ex-deputado federal Neri Geller. Essa ligação suscitou dúvidas sobre a imparcialidade de Santos no processo de compra de arroz importado pela Conab.
O Conselho de Administração (Consad) da Conab deve discutir o futuro de Santos na próxima quinta-feira, 20, durante uma reunião ordinária do colegiado. A decisão final sobre a permanência ou não do diretor executivo na empresa será crucial para resolver a crise que se instalou em torno do leilão contestado.