De acordo com o dossiê, mais de 43.000 mulheres foram vítimas de violência psicológica em todo o estado no ano passado. Surpreendentemente, a maioria desses crimes ocorreu dentro de casa, cometidos por pessoas conhecidas das vítimas. A faixa etária mais afetada foi de 30 a 59 anos e a maioria das vítimas era negra.
O objetivo principal do Dossiê Mulher é fornecer estatísticas oficiais que possam subsidiar a criação de políticas públicas voltadas para a proteção e acolhimento das mulheres que sofrem violência. Segundo o dossiê, a Lei Maria da Penha foi aplicada em 63,5% dos casos, evidenciando o predomínio da violência doméstica e familiar. A região metropolitana concentrou a maior parte das vítimas.
A violência psicológica muitas vezes serve como porta de entrada para outras formas de agressão e engloba diversas práticas, como ameaças, perseguição e divulgação não autorizada da intimidade sexual. Diante destes dados alarmantes, o governador Cláudio Castro ressaltou a importância do levantamento feito pelo ISP para direcionar políticas públicas efetivas.
O governo do Estado tem se empenhado na proteção das mulheres, com a ampliação da Patrulha Maria da Penha, criação de delegacias especiais de atendimento à mulher e investimentos em tecnologia, como o aplicativo Rede Mulher. A diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, também destacou a importância da divulgação dos dados coletados para embasar a criação de políticas públicas efetivas.
O dossiê também trouxe uma análise inédita sobre os autores de violência contra as mulheres. A partir dessa análise, será possível implantar ações preventivas e educacionais direcionadas para diferentes grupos, com foco na conscientização. As informações sobre a idade dos agressores permitirão um mapeamento mais preciso das formas de violência praticadas e a criação de medidas socioeducativas adequadas para cada faixa etária.
Outro dado preocupante revelado pelo dossiê é o número de casos de estupro e estupro de vulnerável. A violência sexual é uma das formas mais graves de agressão contra as mulheres, e a maioria das vítimas são mulheres solteiras e negras. É alarmante constatar que os agressores muitas vezes são conhecidos das vítimas e que os crimes ocorrem principalmente dentro de casa.
No total, mais de 125.000 mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no estado do Rio de Janeiro no ano passado, o que representa 14 mulheres agredidas por hora. É fundamental que a sociedade se conscientize da gravidade dessa situação e reconheça que a luta contra a violência é responsabilidade de todos.
O dossiê também revelou dados alarmantes sobre o feminicídio. No estado do Rio de Janeiro, 111 mulheres foram vítimas desse crime em 2022. A faixa etária mais afetada foi de 30 a 59 anos e as principais vítimas eram negras. Companheiros ou ex-companheiros constituem a maioria dos autores desses crimes, e em 75% dos casos, o motivo apresentado pelos agressores foi sentimento de posse.
Apesar dos esforços para proteger as mulheres, através da concessão de medidas protetivas de urgência, o dossiê revela que muitas vezes essas medidas são descumpridas pelos agressores. Isso demonstra a necessidade de uma resposta mais efetiva do sistema de justiça para garantir a segurança das vítimas.
Os dados revelados no Dossiê Mulher são alarmantes e exigem uma ação imediata das autoridades. É necessário investir na criação de políticas públicas efetivas de proteção e acolhimento das mulheres. Além disso, é preciso fortalecer a rede de atendimento às vítimas, capacitando as equipes municipais e intensificando a articulação com os órgãos de segurança.
A luta contra a violência de gênero é um desafio que deve envolver toda a sociedade. É preciso promover a conscientização, combater o machismo e garantir que todas as mulheres tenham seus direitos respeitados. Somente através de uma ação conjunta será possível construir um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres.