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DIREITOS HUMANOS –

Violência à Noite: 90% das Mulheres Brasileiras Relatam Experiências de Assédio e Insegurança em Lazer Noturno

Um estudo recente revelou que 90% das mulheres brasileiras enfrentam algum tipo de violência ao se deslocar à noite para atividades de lazer, com predomínio de episódios de natureza sexual. Essas experiências incluem desde cantadas inadequadas até casos de assédio e importunação sexual. Alarmantemente, aproximadamente 10% dessas mulheres já foram vítimas de estupro, um número que se dobra entre aquelas pertencentes à comunidade LGBTQIA+.

A pesquisa, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão em colaboração com o Locomotiva e com o apoio da Uber, mostra que a preocupação de quase todas as brasileiras (98%) em relação à segurança ao saírem à noite não é infundada. Os dados evidenciam que fatores como etnia e orientação sexual agravam a vulnerabilidade dessas mulheres, especialmente aquelas que se identificam como negras ou de cor mais escura, que frequentemente são sub-representadas em situações de ajuda e suporte.

Dados adicionais revelam que 72% das participantes relataram já ter recebido olhares insistentes ou flertes indesejados, com esse índice subindo para 78% entre mulheres na faixa de 18 a 34 anos. Além disso, 34% das entrevistadas se disseram vítimas de assalto, furto ou sequestro relâmpago, e 24% enfrentaram discriminação por características além da etnia, com as mulheres LGBTQIA+ sendo as mais afetadas, atingindo um alarmante 48%.

Os modos de transporte utilizados pelas mulheres também influenciam na segurança percebida. Caminhar (73%) e utilizar ônibus (53%) são as opções que mais aumentam a exposição a riscos, enquanto o uso de veículo particular ou carro de aplicativo apresenta índices de violência menor, mas ainda preocupantes. O principal critério para escolha do meio de transporte é a segurança.

A sensação de insegurança é tão intensa que 63% das mulheres, e 66% entre as entrevistadas negras, já desistiram de sair para atividades de lazer noturnas. Muitas delas não só experimentaram, mas também testemunharam violência de gênero, com 42% tendo presenciado atos violentos contra outras mulheres. Curiosamente, metade dos que testemunharam atos de violência prestaram ajuda.

Além disso, a pesquisa sugere que 58% das vítimas de violência receberam acolhimento de conhecidos ou funcionários de locais onde ocorreram os episódios, enquanto apenas 17% buscaram apoio da polícia. Em busca de minimizar os riscos, as mulheres adotam diversas estratégias de segurança, como informar amigos sobre seus planos, evitar áreas isoladas e trocar suas roupas por opções que consideram mais seguras.

Os dados foram coletados a partir de um questionário respondido por 1.200 mulheres entre 18 e 59 anos, realizado em setembro deste ano, e revelam uma realidade alarmante sobre a segurança feminina em espaços públicos. Essa situação exige uma abordagem mais séria e efetiva em políticas de segurança, conscientização e apoio às vítimas de violência.

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