Estupro corretivo é uma prática violenta que busca persuadir mulheres lésbicas a “deixar de serem lésbicas”. Monica Benicio lamentou essa prática, destacando que não se trata apenas de uma violência contra as mulheres lésbicas, mas contra todas as mulheres. Ela ressaltou a importância de reafirmar que ser lésbica não é uma doença, e que o estupro corretivo é crime.
A vereadora revelou que vem recebendo ameaças desde 2018, quando começou a cobrar justiça pela morte de Marielle Franco. No entanto, essa é a primeira vez que ela recebe uma ameaça com esse teor específico. O autor da mensagem chegou a mencionar que sabia onde a vereadora morava, mas não forneceu o endereço. Monica Benicio acredita que a lesbofobia está ligada ao mês da visibilidade lésbica, que é agosto.
A vereadora adota medidas de segurança no seu dia a dia e faz parte do programa de proteção de defensores dos direitos humanos. Além disso, ela tem uma medida cautelar de proteção concedida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância informou que irá buscar o endereço de IP do computador que enviou a ameaça, a fim de identificar o responsável. Crimes como racismo, ameaça, intolerância e violência política de gênero estão sendo investigados.
A vereadora enfatizou que não se intimidará e continuará lutando pelos direitos das mulheres lésbicas. No mês da visibilidade lésbica, seu mandato está realizando ações para visibilizar a luta e a existência dessas mulheres. Ela ressalta que não há intimidação possível que a faça retroceder nessa luta.
As diligências para apurar os fatos estão em andamento, de acordo com a Polícia Civil. A vereadora espera que a identificação do responsável e a consequente punição sejam realizadas para que casos como esse não se repitam.