O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, expressou sua homenagem aos estudantes falecidos, destacando que esses jovens não tiveram a chance de contribuir para a sociedade através de suas profissões, mas deixaram um legado de transformação por meio de suas ações. O projeto Diplomação da Resistência tem como objetivo reconhecer e valorizar a memória desses estudantes, contribuindo para reparar injustiças e reforçar os direitos humanos na sociedade brasileira.
Durante a cerimônia, o diretor da FFLCH, Paulo Martins, ressaltou a importância do evento como um ato de reparação e reconhecimento àqueles que lutaram pela liberdade, democracia e pela própria universidade. O professor também mencionou a criação da Comissão da Verdade pela USP em 2013, que investigou violações aos direitos humanos durante a ditadura militar, concluindo que 39 alunos, seis professores e dois funcionários da universidade foram vítimas do regime.
Entre os homenageados, destaca-se a figura de Tito de Alencar Lima, conhecido como Frei Tito, que foi preso, torturado e posteriormente banido do Brasil, vindo a falecer em 1974. Outros estudantes como Antonio Benetazzo, Carlos Eduardo Pires Fleury, Catarina Helena Abi-Eçab, Fernando Borges de Paula Ferreira, Francisco José de Oliveira, entre outros, também foram lembrados e receberam diplomas honoríficos.
A representante dos familiares, Yara Nazareth de Souto Santos, enfatizou a importância de manter viva a memória desses estudantes e ressaltou que o Brasil impôs o processo de anistia antes da redemocratização do país, tornando ainda mais essencial o reconhecimento da luta e do sacrifício desses alunos. A cerimônia foi marcada por emoção e reflexão sobre os valores da liberdade, justiça e democracia.