Até março de 2023, a superintendência era chefiada pelo delegado Umberto Ramos Rodrigues. No entanto, o novo delegado que assume o cargo é João Paulo Garrido Pimentel. A Univaja expressou sua extrema preocupação com a redistribuição dos inquéritos que estavam sob a responsabilidade de Ramos Rodrigues, em especial no caso do massacre no Rio Abacaxis, que envolve autoridades de alto escalão do Amazonas em investigações.
A entidade enfatizou que a mudança na presidência dos inquéritos, incluindo os relacionados aos assassinatos de Dom, Bruno e Maxciel, pode prejudicar o andamento das investigações, que estão caminhando para a possível resolução dos crimes e apontam possíveis envolvimentos de autoridades amazonenses em práticas criminosas no Estado.
No caso do massacre do Rio Abacaxis, que ocorreu em agosto de 2020, seis pessoas foram executadas e outras duas desapareceram, levando a investigações que envolveram aproximadamente 130 policiais, civis e militares. Quanto ao assassinato de Dom e Bruno, o julgamento dos três réus está aguardando definição da data para o júri popular, após uma audiência de instrução realizada em julho de 2023, na qual os acusados optaram por permanecer em silêncio.
O líder da Univaja, Eliésio Marubo, destacou a importância de transparência sobre os motivos por trás da mudança na liderança da PF no Amazonas, elogiando a atuação de Ramos Rodrigues na condução dos trabalhos, especialmente em relação ao crime organizado. Marubo também levantou a possibilidade de alianças políticas influenciarem as mudanças e beneficiarem figuras ligadas aos casos com foro privilegiado.
Em agosto do ano passado, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) criou uma mesa de trabalho conjunta para garantir segurança a 11 membros da Univaja. Apesar do prazo estabelecido para a elaboração de um plano de ação, até o momento nada foi efetivamente realizado. Marubo destacou a possibilidade de levar o caso para cortes internacionais, devido à percepção de crimes internacionais no cenário.
A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o escritório da PF no Amazonas em busca de mais informações, aguardando retorno das autoridades.