A situação se intensificou rapidamente, com os seguranças do estádio acionando o Batalhão Especial de Policiamento em Estádios, que prontamente deslocou seus agentes para averiguar a situação. Imagens gravadas pelo Centro de Comando e Controle do Maracanã foram essenciais para comprovar a conduta atroz de Lopez. Após a confirmação do ato discriminatório, ele foi levado para uma audiência de custódia no Juizado Especial do Torcedor, onde o juiz decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva, indicando a gravidade da infração.
Esse episódio foi o pontapé inicial da campanha “Estamos Vigilantes”, lançada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Esta iniciativa visa coibir o racismo e outras formas de discriminação durante os eventos esportivos, especialmente nas partidas da Copa Sul-Americana e Libertadores, que ocorrem no estado. A campanha busca incentivar torcedores e demais envolvidos a denunciarem qualquer ato discriminatório, promovendo um ambiente mais respeitoso.
Os promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor se farão presentes em todos os jogos nos estádios do Rio, com o objetivo de monitorar as arquibancadas e agir prontamente em casos de denúncias ou flagrantes de racismo e xenofobia. A participação ativa de torcedores e profissionais do setor é fundamental na construção de um espaço seguro e acolhedor, reforçando a ideia de que a denúncia é uma responsabilidade coletiva.
Além disso, a campanha conta com a colaboração da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia do Ministério Público, que já realizou inspeções técnicas nos estádios para avaliar o sistema de câmeras e propor melhorias que facilitem a identificação de autores de atos discriminatórios. O esforço é apoiado também por instituições como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Confederação Sul-Americana (Conmebol), evidenciando a seriedade e a urgência de se combater as manifestações de racismo no esporte.