Neste dia, o tribunal estava analisando um recurso apresentado pela Defensoria Pública, que busca reverter a decisão de absolvição sumária dos três policiais acusados. Em sua defesa, a juíza responsável pelo caso destacou que os agentes agiram em legítima defesa, decisão que gerou revolta tanto na família da vítima quanto em defensores dos direitos humanos. “Esperamos que a Justiça venha fazer verdadeiramente o seu papel, o que até agora não fez”, afirmou Neilton da Costa Pinto, pai de João, expressando sua esperança de que uma nova apreciação possa trazer um desfecho mais equitativo.
Ainda durante a manifestação, a mãe de João, Rafaela Mattos, salientou que a absolvição dos policiais ignorou evidências robustas que indicavam a responsabilidade dos agentes no crime, uma vez que o tiro que atingiu seu filho partiu de uma das armas em posse dos policiais. A Defensoria Pública, atuando como assistente à vítima, reforçou a necessidade de um júri popular, destacando este como um caminho para reconhecer a injustiça ocorrida.
O triste destino de João Pedro ocorreu em 18 de outubro de 2020, quando ele estava na casa de seus tios com outras crianças. Policiais invadiram o local disparando, e ele foi atingido pelas costas. A cena foi marcada por uma intensa troca de tiros, com a perícia registrando mais de 70 disparos no local. O caso, que causou grande repercussão, levou a uma reavaliação das diretrizes sobre operações policiais nas favelas do estado, culminando em decisões do Supremo Tribunal Federal que visam limitar tais ações a situações excepcionais.
A luta pela justiça em nome de João Pedro continua, com várias vozes se unindo em torno da necessidade de um julgamento mais justo e da responsabilização dos envolvidos, reafirmando a urgência de mudanças significativas nas práticas policiais e na proteção dos direitos humanos no Brasil.