Os participantes do protesto foram acompanhados de perto por policiais do Batalhão Tático Móvel da Polícia Militar, que garantir ao deslocamento do Complexo da Penha até o Palácio. Durante a manifestação, os moradores ergueram cartazes com mensagens contundentes, como “estado genocida”, “todas as vidas importam”, e “Castro assassino”, sinalizando a profunda insatisfação e o desespero frente à violência que afeta as comunidades. As bandeiras do Brasil, manchadas de vermelho, simbolizavam a dor e a luta da população.
Rute Sales, uma das vozes mais ativas do movimento, expressou sua indignação ao afirmar que era inaceitável que o governador não fosse responsabilizado pelas vidas perdidas. “O que aconteceu dentro da comunidade foi um genocídio. A cada véspera de eleição, há uma estratégia de ataque às nossas comunidades, provocando terror e morte entre o nosso povo”, declarou, ressaltando que as vítimas da violência são, em sua maioria, pessoas negras e de baixa renda.
O ato ocorreu pouco antes de uma reunião entre Cláudio Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que apresentou medidas para enfrentar o crime organizado no estado. Durante o encontro, foi anunciada a criação de um escritório emergencial que visará melhorar a cooperação entre as esferas federal e estadual de segurança pública.
Em resposta ao clamor por mais segurança, o governo federal se comprometeu a aumentar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal e disponibilizar peritos e vagas em prisões federais, se solicitado pelo governo estadual. No entanto, mesmo com o alto número de mortes e as denúncias de tortura e execuções, Cláudio Castro defendeu a operação como um sucesso, alegando que as únicas vítimas seriam os quatro policiais envolvidos e reafirmando que a ação foi um “duro golpe na criminalidade”. A declaração evidencia a polarização sobre a eficácia e os métodos das operações de segurança nas comunidades cariocas, deixando um rastro de incerteza e sofrimento entre os cidadãos.









