Os indígenas mobilizados exigem uma reunião com o ministro e aguardam uma resposta sobre o encontro até amanhã (2). Em uma carta divulgada pelo Movimento Munduruku Ipereğ Ayũ, o grupo ressaltou que o protesto é pacífico e que não pretendem reagir contra os agressores, mesmo após serem alvo de xingamentos e ameaças.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os bloqueios na via são interrompidos à noite e restabelecidos pela manhã, mas não têm impedido a passagem de veículos transportando pessoas doentes e ambulâncias. Indígenas de diferentes regiões do Tapajós participam da ocupação.
O Movimento Munduruku Ipereğ Ayũ repudiou veementemente as agressões e declararam que o STF será responsabilizado por qualquer dano que possam vir a sofrer. A carta também destaca a ligação do marco temporal com o agronegócio, criticando a atuação do ministro Gilmar Mendes e demais integrantes do STF nas decisões que afetam as vidas dos indígenas.
Os Munduruku são um dos povos mais afetados pela atividade garimpeira no Brasil e têm enfrentado conflitos há anos. Lideranças locais pedem por uma segurança mais efetiva, inclusive após a desintrusão de invasores em seus territórios. O movimento indígena critica a criação da câmara de conciliação e rejeita negociar a interpretação do marco temporal em relação aos seus direitos territoriais.
Até o fechamento desta matéria, a assessoria do STF não se pronunciou sobre o protesto dos indígenas Munduruku em Itaituba. Este episódio ressalta a importância de observar e respeitar os direitos dos povos indígenas em decisões que impactam diretamente em suas vidas e territórios.