DIREITOS HUMANOS – Programa ‘Nós+Seguras’ do Rio de Janeiro busca combater violência de gênero, após dados alarmantes sobre meninas vítimas em escolas e promover educação para a saúde emocional.



Em um panorama alarmante, dados do sistema educacional do Rio de Janeiro revelaram que as meninas são as principais vítimas de violência nas escolas. Em 2023, elas representaram 91% dos casos de violência sexual e 67% das situações de bullying, conforme o Registro de Violência Escolar. Além disso, os números mostram que as meninas foram responsáveis por 73% dos episódios de autoagressão e em todas as tentativas de suicídio registradas.

Diante dessa preocupante realidade, o governo do estado lançou o programa “Nós+Seguras”, que visa implementar ações educativas nas comunidades escolares com o objetivo de prevenir a violência de gênero. A superintendente de Enfrentamento às Violências da Secretaria de Estado da Mulher, Giulia Luz, explicou que o programa envolverá profissionais da rede de proteção, que atuam em atendimento especializado para meninas e mulheres.

O programa também se dedica ao desenvolvimento de materiais pedagógicos, que servirão de suporte para professores e diretores na formação e interação com os alunos. Luz enfatizou a importância de discutir temas como masculinidade saudável, consentimento e relações respeitosas, sugerindo que esses assuntos deveriam fazer parte do currículo escolar de forma contínua.

Coordenado pelas secretarias de mulher, educação e saúde, a iniciativa será realizada em parceria com a Organização Não Governamental Serenas. Amanda Sadalla, diretora da ONG, destacou que o programa surge a partir de um pedido dos alunos. “As meninas demonstram interesse em conhecer seus direitos e as leis que garantem sua proteção. É um sinal de que desejam se conscientizar sobre suas situações”, expressou.

Além disso, os meninos também se mostraram receptivos às discussões sobre mudar seus comportamentos. Muitos deles manifestaram a vontade de ser “homens diferentes” de seus pais, que, em muitos casos, foram associados a relações tóxicas ou violentas. Ao serem questionados sobre como poderiam aprender a se relacionar de maneira mais saudável, muitos afirmaram que gostariam de abordar esse tema na escola.

A primeira fase do programa envolverá um diagnóstico das condições em que as escolas operam, com o objetivo de fundamentar a criação dos materiais pedagógicos e das ações de formação. Há a expectativa de que esses materiais sejam entregues aos profissionais da educação até o fim do ano, além da oferta de um curso online a ser lançado no ano seguinte. Com essa proposta, o governo busca não apenas combater a violência de gênero, mas também promover uma transformação cultural nas relações entre estudantes.

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