DIREITOS HUMANOS – Polícia Civil encontra homens vítimas de trabalho escravo em empresa de reciclagem em Guarulhos (SP) durante investigação de furto.



Na última quinta-feira (5), a Polícia Civil encontrou dois homens vítimas de trabalho análogo à escravidão em uma empresa de reciclagem de plástico em Guarulhos, São Paulo. A descoberta ocorreu por acaso durante uma investigação de um caso de furto. A perícia foi acionada pela Secretaria da Segurança Pública e a corporação está em busca do proprietário do imóvel para apurar o crime.

De acordo com Luciano Aragão, chefe da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), a fiscalização é essencial para o resgate das vítimas. Após tomar conhecimento do caso, as autoridades abriram um inquérito para garantir a responsabilização pelos crimes e a devida reparação às vítimas.

É preocupante constatar que a exploração do trabalho escravo ainda persiste em diversas regiões do Brasil. Na última quarta-feira (4), o Ministério Público do Trabalho divulgou outro caso de trabalho escravo, ocorrido em Itapirapuã Paulista, no interior de São Paulo. O trabalhador rural, com mais de 50 anos, era obrigado a trabalhar em uma pequena roça de cultivo de milho e feijão sem receber remuneração.

Além disso, o empregador não oferecia condições básicas de trabalho, como estrutura adequada e documentos pessoais. O trabalhador também sofria agressões físicas e foi ferido com um golpe de facão. As autoridades constataram que as condições degradantes, a jornada exaustiva e o trabalho forçado configuraram trabalho análogo à escravidão.

No mês passado, o Ministério do Trabalho e Emprego realizou a Operação Resgate III, considerada a maior ação de combate ao trabalho análogo à escravidão e tráfico de pessoas da história do país. Mais de 500 pessoas foram resgatadas, sendo 54 delas no estado de São Paulo. O estado é marcado pela existência de casos semelhantes em oficinas de costura.

No entanto, é importante ressaltar que o combate a essa prática ilegal não pode ser limitado a operações pontuais. É necessário investir na prevenção, com fiscalizações periódicas e conscientização sobre os direitos dos trabalhadores. Além disso, é fundamental responsabilizar os empregadores envolvidos e garantir a reparação às vítimas.

Enquanto a sociedade brasileira não erradicar completamente o trabalho escravo, estaremos falhando em garantir a dignidade e os direitos de todos os cidadãos. É preciso que o poder público e a sociedade se unam para enfrentar esse grave problema e avançar em direção a um país mais justo e igualitário.

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