DIREITOS HUMANOS –

Pesquisa Revela Que 94% das Mulheres Acreditam Que Brasil É um País Machista e Quase Metade Não É Respeitada

Violência e Desrespeito: A Realidade das Mulheres Brasileiras

Um estudo revelador sobre a situação das mulheres no Brasil apontou que 46% delas afirmam não ser tratadas com respeito em diversos ambientes, desde a convivência familiar até o espaço público. A 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada por instituições reconhecidas, trouxe à luz uma realidade preocupante: nas ruas, 49% das entrevistadas sentem que não recebem o respeito que merecem.

Essa pesquisa, que entrevistou mais de 20 mil mulheres de várias regiões do país, reforça que o machismo persiste como um problema estrutural. Surpreendentemente, 94% das participantes consideram o Brasil um país machista, e essa percepção é especialmente acentuada por um aumento de 8 milhões de mulheres que passam a avaliar o machismo de forma mais crítica. Ao mesmo tempo, 79% das mulheres acreditam que a violência doméstica aumentou nos últimos 12 meses, o que demonstra um cenário alarmante.

Os dados não se restringem ao espaço público. Desde 2011, a rua é frequentemente citada como o lugar onde o desrespeito é mais intenso. Mesmo com uma leve diminuição na percepção de vulnerabilidade nas vias públicas entre 2023 e 2025, quase metade das mulheres ainda se sente insegura ao andar pela cidade. Por outro lado, a percepção de desrespeito em casa subiu, revelando que o lar é considerado um espaço potencialmente perigoso por uma parcela crescente de mulheres.

Essa avaliação não é uniforme em todo o Brasil. A pesquisa indica que no Sul, 53% das mulheres sentem que enfrentam desrespeito, enquanto no Nordeste, esse índice é de 50%. As variações regionais evidenciam uma instabilidade generalizada no tratamento das mulheres, que não se limita a um único espaço ou situação.

Adicionalmente, o estudo revelou profundas desigualdades de percepção em relação ao respeito, baseadas no nível de escolaridade. Mulheres não alfabetizadas são mais propensas a sentir desrespeito, com 62% relatando essa sensação. Em contraste, entre aquelas com ensino superior, esse número diminui para 41%. Essa diferença sugere que, embora a educação possa melhorar a percepção de respeito, ela não elimina completamente as situações de desigualdade e machismo.

Especialistas ressaltam que essa dinâmica entre escolaridade e percepção de respeito é crucial para entender a vulnerabilidade social das mulheres. A dificuldade de acessar serviços de proteção e de denunciar abusos é ainda mais pronunciada entre as que têm menos acesso à educação formal. Os dados obtidos são fundamentais para nortear políticas públicas necessárias, que visem não apenas combater a violência, mas também promover um ambiente mais respeitoso e igualitário para todas as mulheres no Brasil.

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