Em uma mensagem divulgada com antecedência para o Dia Mundial da Paz, que ocorrerá em 1º de janeiro, Leão XIV propôs um “pedido de paz desarmada e desarmante”, enfatizando a importância de cultivar uma cultura de paz, tanto em esferas pessoais quanto públicas. O papa fez um apelo específico para que cristãos e líderes políticos sigam o exemplo de Jesus, que travou batalhas pacíficas.
Além de criticar a incessante corrida armamentista e o aumento das despesas militares, o Papa alertou sobre a utilização crescente da inteligência artificial em conflitos armados, ressaltando que esta tecnologia tem intensificado a tragédia das guerras. A utilização de drones inteligentes em Gaza, por exemplo, levanta questões éticas sobre a desresponsabilização dos líderes na tomada de decisões que envolvem a vida e a morte.
Leão XIV descreveu essa situação como uma “espiral de destruição sem precedentes” que ameaça os fundamentos do humanismo. Ao longo de seus sete meses de papado, ele tem buscado fomentar o diálogo e a confiança entre as nações e entre as pessoas, incentivando uma convivência harmoniosa.
A mensagem do papa também ressoou entre líderes de outras tradições religiosas. O teólogo batista Marco Davi de Oliveira destacou a relevância dos pensamentos de Leão XIV, enfatizando que a paz deve primeiro ser cultivada interiormente antes de ser expandida para o mundo exterior. Para ele, conflitos individuais frequentemente se refletem em gestos de violência sociais.
Assim como Oliveira, o pastor e cantor gospel Kleber Lucas vê na mensagem do papa uma continuidade da tradição de seu antecessor, Francisco, ao abordar a urgente necessidade de paz em um tempo conturbado. Ele salientou que a prática da paz exige dialogar, respeitar e buscar a reconciliação diariamente.
Geraldo Campetti, vice-presidente da Federação Brasileira Espírita, reforçou a ideia de que a paz é uma conquista diária, imprescindível para a felicidade. Ele também lembrou que o primeiro passo para alcançá-la é promover um olhar inclusivo, superando preconceitos.
Ivanir dos Santos, babalaô e professor, criticou a instrumentalização da fé para interesses políticos e a promoção de divisões, clamando por ações concretas que se alinhem com a mensagem papal. Assim, o apelo à paz lançado por Leão XIV não só ecoa nas práticas cristãs, mas também se estende a todos os que buscam um mundo mais harmonioso, onde o respeito mútuo e o diálogo sejam centrais.
