DIREITOS HUMANOS – Padre Júlio Lancellotti anuncia fim das transmissões de missas online após ordem da Arquidiocese de São Paulo, gerando polêmica entre fiéis e simpatizantes.

No último domingo, 14 de outubro, o padre Júlio Lancellotti surpreendeu os fiéis da Paróquia São Miguel Arcanjo, localizada no bairro da Mooca, em São Paulo, ao anunciar que a missa daquele dia seria a última a ser transmitida pela internet. Embora o sacerdote não tenha detalhado as razões para essa decisão, a jornalista e voluntária Denise Ribeiro, que atua com Lancellotti, revelou que a medida foi imposta pela Arquidiocese de São Paulo. Essa informação teria chegado diretamente ao padre através de uma ordem de Dom Odilo Scherer, arcebispo da cidade, na semana anterior.

A repercussão desse anúncio gerou grande comoção entre os fiéis e a comunidade local. Em resposta à situação, Lancellotti divulgou uma nota nesta terça-feira, 16 de outubro, reafirmando que as missas presenciais continuam a ser celebradas normalmente aos domingos, sempre às 10h. No entanto, a suspensão das transmissões virtuais deixa um vazio para muitos que acompanhavam as celebrações à distância, especialmente em tempos em que a conectividade digital se tornou um importantíssimo recurso para a vida religiosa.

Além da suspensão das transmissões, rumores sobre uma possível transferência do padre da paróquia, onde atua há 40 anos, também ganharam força. O sacerdote, no entanto, foi claro ao desmentir esses rumores, afirmando que a informação não procede e que permanece à frente da Paróquia São Miguel Arcanjo. Ele expressou sua postura diante da nova diretriz com “resiliência e obediência”.

O padre Júlio Lancellotti é amplamente respeitado e conhecido por seu trabalho solidário em prol das populações em situação de rua. Suas iniciativas envolvem acolhimento, assistência social, e promoção da inclusão através do acesso à leitura e à internet. Ele tem enfrentado resistência de setores políticos contrários às suas ações humanitárias. Em 2024, por exemplo, o vereador Rubinho Nunes tentou abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o seu trabalho, mas o pedido foi prontamente negado, demonstrando o apoio que o padre mantém em diferentes camadas da sociedade.

A Arquidiocese de São Paulo, procurada por comentários, ainda não respondeu oficialmente, deixando em aberto questões relevantes para a comunidade sobre o futuro das missas e o papel do padre na paróquia. O desenrolar da situação certamente impactará a dinâmica da Igreja e suas relações com os fiéis na era digital.

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