DIREITOS HUMANOS – “Operação da Polícia Civil em SP prende 233 agressores de mulheres em combate à violência doméstica; números podem aumentar nas próximas horas.”

A Polícia Civil de São Paulo desencadeou a Operação Ano Novo, Vida Nova, focada no combate à violência contra mulheres, resultando na prisão de 233 pessoas entre a noite de segunda (29) e a manhã de terça (30). A ação tem como alvo indivíduos envolvidos em crimes de violência doméstica e familiar.

De acordo com o secretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, a operação contará com a continuidade das prisões, uma vez que equipes policiais ainda estão em campo, cumprindo mandados emitidos judicialmente. Gonçalves informou que a ação mobiliza cerca de 1.500 policiais e 450 viaturas. “Não vamos dar trégua. A defesa da mulher é prioridade da minha gestão”, enfatizou em coletiva à imprensa.

O esforço destaca a colaboração entre a Secretaria da Segurança Pública e a Secretaria de Políticas para a Mulher. A secretária Adriana Liporoni salientou a importância dessa ação: “Um homem preso significa uma mulher salva, uma família salva”. Ela também trouxe à tona um dado alarmante, mencionando que até outubro, 11 mil agressores já haviam sido detidos, com uma expectativa de que esse número ultrapasse 13 mil até o final do ano, com as operações em curso.

A delegada Cristiane Braga, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, afirmou que o foco das operações é eliminar do convívio social não apenas aqueles que cometeram crimes como injúria ou calúnia, mas também potenciais autores de crimes mais graves, demonstrando um compromisso com a segurança e a integridade das mulheres.

A operação, porém, ocorre em um cenário preocupante: o número de feminicídios na capital paulista cresceu consideravelmente. Apenas neste ano, já se registrou o maior índice desde o início da série histórica de dados, em abril de 2015. Casos recentes, como o trágico atropelamento de Tainara Souza Santos, chocaram a sociedade. A vítima, de 31 anos, sofreu ferimentos graves e, apesar de ser socorrida e passar por cirurgias, faleceu em dezembro, deixando dois filhos. O autor do atropelamento, Douglas Alves da Silva, foi preso e o crime foi caracterizado como tentativa de feminicídio, motivado por ciúmes e uma sensação de posse da vítima, conforme detalhou o delegado responsável pela investigação.

Essa sequência de ações e dados destaca a necessidade de encarar a violência de gênero com seriedade, e a importância de as vítimas confiarem na polícia e no sistema judiciário, para que possam se aproximar da justiça com mais segurança. A luta contra a violência de gênero se torna, assim, uma prioridade cada vez mais evidente nas ações governamentais.

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