DIREITOS HUMANOS – Operação Contenção no Rio: Anistia Internacional classifica ação policial como “desastrosa” após 119 mortes e alerta para desinformação nas autoridades.

Na última terça-feira, a operação policial conhecida como Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, gerou grande repercussão e controvérsias. A diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, descreveu a ação como “desastrosa”, destacando que o balanço oficial mais recente aponta a morte de 119 pessoas. Durante uma entrevista ao programa Repórter Brasil, da TV Brasil, Werneck fez duras críticas à maneira como a operação foi conduzida e à narrativa das autoridades de segurança pública, que afirmam ter realizado um trabalho “planejado”.

Werneck questionou a lógica que une “sucesso” a uma operação que resultou em tantas mortes, ressaltando a desinformação que permeia as declarações oficiais. Ela argumentou que os policiais envolvidos na operação aparentavam não ter controle do ambiente e não cumpriram com sua obrigação primordial de proteger a vida e o patrimônio dos cidadãos. “Qualquer pessoa sabe que assassinato e sucesso não entram na mesma frase”, expressou a diretora, enfatizando que foram recebidas milhares de denúncias de traumas e sofrimentos resultantes da ação.

Este cenário de desesperança foi qualificado por Werneck como um “retumbante fracasso” não apenas para o governador Cláudio Castro, mas para toda a sociedade brasileira. Em contraste, o governador defendeu a operação como um “duro golpe na criminalidade”, afirmando que o Estado possui condições de vencer essa batalha. A divergência nas avaliações levanta questionamentos sobre a eficácia das estratégias empregadas no combate ao crime.

Werneck também criticou essa postura, enfatizando que a fala do governador encoraja ações fora da lei e infringe normas internacionais e direitos humanos. A Anistia Internacional, em parceria com outras organizações civis e instituições, está coletando relatos sobre os eventos da operação, e a diretora classificou as informações preliminares como “descalabros”.

Com um apelo à justiça, Werneck expressou a expectativa de que o governador apresente evidências contundentes sobre o planejamento que supostamente guiou a operação. A Anistia Internacional se comprometeu a oferecer auxílio às vítimas e a lutar por reparação judicial e responsabilização das autoridades envolvidas. “As instituições brasileiras devem cumprir seu dever, e o mundo inteiro está observando”, concluiu.

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