O estudo revela que um terço dessas pessoas está concentrado no estado de São Paulo, totalizando 126.112 indivíduos, sendo 80.369 apenas na capital paulista. Esse aumento de quase 24% em relação ao ano passado preocupa especialistas e ativistas que acompanham a situação de perto. Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, destacou que a falta de políticas públicas adequadas está levando a um crescimento desenfreado dessa população vulnerável.
Para Mendonça, a solução para essa crise passa pela implementação de políticas públicas eficazes e pelo comprometimento dos políticos em lidar com a questão da população em situação de rua. A ausência de medidas concretas para abordar o problema tem contribuído diretamente para o aumento do número de pessoas sem moradia.
Além disso, o levantamento destacou que 69% das pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico são negras, a maioria é do sexo masculino (85%) e está na faixa etária entre 18 e 59 anos (87%). Esses indivíduos sobrevivem com até R$ 109 por mês, com 14% deles apresentando alguma deficiência e a maioria (42%) tendo ensino fundamental incompleto.
Diante da gravidade da situação, a prefeitura de São Paulo contestou os dados apresentados pela UFMG, destacando a relevância do Censo População em Situação de Rua, produzido pelo município. No entanto, investimentos significativos têm sido feitos para lidar com a crise, com R$ 7,2 bilhões aplicados desde 2021 no atendimento social à população em situação de rua. Novas medidas e ações são necessárias para lidar com esse cenário preocupante e garantir condições dignas para aqueles que vivem nas ruas do Brasil.