Porém, acredita-se que o número de pessoas em situação de rua pode ser ainda maior, uma vez que o levantamento considerou apenas as pessoas inscritas no Cadastro Único. De acordo com o presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua, Robson Mendonça, o número real de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo chega a 69 mil, e essa realidade tem se agravado nos últimos anos devido à falta de políticas públicas.
O perfil da população em situação de rua é majoritariamente masculino, adulto e negra, e os principais motivos apontados para essa condição incluem problemas familiares, desemprego e uso de drogas. Além disso, entre 2015 e 2022, foram notificadas 48.608 ocorrências de violência que tiveram como motivação principal a condição de situação de rua da vítima.
Diante desse cenário, torna-se fundamental a implementação de políticas públicas que visem garantir moradia digna e acesso ao mercado de trabalho para essa população. O presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua ressaltou a importância de resolver a questão da habitação e da empregabilidade, mencionando que a prefeitura de São Paulo possui uma lei que determina a reserva de cota mínima de vagas de trabalho em serviços e obras públicas para pessoas em situação de rua, porém, essa medida não tem sido cumprida.
A situação de vulnerabilidade dessas pessoas também é evidenciada pela alta incidência de violência nas ruas, com mulheres e jovens negros sendo as principais vítimas. Portanto, é urgente a implementação de medidas efetivas para garantir a proteção e o amparo a essa parcela da população que vive em condições precárias e enfrenta inúmeros desafios no dia a dia.