DIREITOS HUMANOS – Número de pessoas em situação de rua em São Paulo é maior do que o divulgado, aponta Observatório Nacional dos Direitos Humanos.



O levantamento realizado pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos revelou que a cidade de São Paulo concentra a maior parte da população em situação de rua no Brasil, representando um quarto de todas as pessoas nessa condição no país. Os dados apontam que, em julho de 2023, São Paulo tinha um total de 54.812 pessoas vivendo em situação de rua, seguida pelo Rio de Janeiro, com 14.004 pessoas cadastradas, e Belo Horizonte, com 11.796 pessoas.

Porém, acredita-se que o número de pessoas em situação de rua pode ser ainda maior, uma vez que o levantamento considerou apenas as pessoas inscritas no Cadastro Único. De acordo com o presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua, Robson Mendonça, o número real de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo chega a 69 mil, e essa realidade tem se agravado nos últimos anos devido à falta de políticas públicas.

O perfil da população em situação de rua é majoritariamente masculino, adulto e negra, e os principais motivos apontados para essa condição incluem problemas familiares, desemprego e uso de drogas. Além disso, entre 2015 e 2022, foram notificadas 48.608 ocorrências de violência que tiveram como motivação principal a condição de situação de rua da vítima.

Diante desse cenário, torna-se fundamental a implementação de políticas públicas que visem garantir moradia digna e acesso ao mercado de trabalho para essa população. O presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua ressaltou a importância de resolver a questão da habitação e da empregabilidade, mencionando que a prefeitura de São Paulo possui uma lei que determina a reserva de cota mínima de vagas de trabalho em serviços e obras públicas para pessoas em situação de rua, porém, essa medida não tem sido cumprida.

A situação de vulnerabilidade dessas pessoas também é evidenciada pela alta incidência de violência nas ruas, com mulheres e jovens negros sendo as principais vítimas. Portanto, é urgente a implementação de medidas efetivas para garantir a proteção e o amparo a essa parcela da população que vive em condições precárias e enfrenta inúmeros desafios no dia a dia.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo